domingo, 23 de junho de 2024

Informação pública na Alemanha provadamente partidária

 

SISTEMAS PÚBLICOS DE COMUNICAÇÃO MANIFESTAMENTE TENDENCIOSOS


 

Um estudo recente da Universidade de Mainz chega à conclusão que os formatos de informação de serviço público (TV e radiodifusão pública) “se posicionam do lado da sociedade que, para simplificar, pode ser descrito como politicamente de centro-esquerda”.  O estudo está disponível na página inicial da Universidade de Mainz.

Isto observa-se, de uma maneira geral nos países membros da União Europeia e é um dos motivos que na Alemanha proporciona um progressivo aumento de movimentos de direita apesar das campanhas oficiais contra.

Parte-se do princípio que, a nível público, se deve renunciar ao emprego da razão factual na informação porque a sua aplicação poderia promover os conservadores ou radicalismos que poriam em perigo órgãos do Estado...

Lamentavelmente, em desabono dos media privilegiados pelo sistema, cada vez se tornam mais necessários canais de informação alternativos e redes sociais, naturalmente com o correspondente perigo do extremo oposto da possível tribalização da informação e da sociedade...

No discurso público alemão observa-se - de maneira exemplar para os membros da União Europeia - a vontade de se querer posicionar fora do discurso da razão e do diálogo. Domina uma forma de pensar autoritária, em que um lado é o bode expiatório e o outro é aquele que faz justiça. Neste sentido, exige-se uma politização da sociedade criando nela o dever de se posicionar. O impulso social de se posicionar também vai contra a liberdade, mas até a liberdade é também ela categorizada, tornando-se a sua linha de demarcação (fronteira da verdade) a opinião própria ou a opinião do mainstream. A pobreza de espírito chega a ser tanta que até a manifestação da exigência de prudência, moderação e reflexão no discurso público chega a ser apostrofada como reação medrosa...

E muitos dos jornalistas, condicionados ao seu salário e ao insuficiente tempo disponível, cedem à premissa:” Quem dá o pão dá a criação”!...

Na Europa, apesar de críticas dispersas aos sistemas públicos de comunicação, o seu papel continua indiscutível...

o comportamento dos sistemas públicos de comunicação na União Europeia, no que respeita sobretudo à informação sobre a epidemia Corona-19 e ao conflito geopolítico a desenrolar-se na Ucrânia, revelou a abdicação da sua responsabilidade de informação factual e racional crítica; de facto transformou-se em mero altifalante dos governos, da OMS e da NATO...

Grande parte da crise que hoje domina a Europa deve-se ao facto de os sistemas públicos de comunicação se terem tornado incapazes de possibilitar um diálogo e uma relação entre Estado e sociedade por se terem identificado com os governos em prejuízo da sociedade civil.

 

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9410 

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