sábado, 9 de agosto de 2008

O Avanço do Islão dá Razão à sua Estratégia de Islamização do Mundo


A Turquia já é muçulmana. As últimas ilhas cristãs no mundo dominado pelos muçulmanos parecem ser o Líbano e a Etiópia que se terão de render também eles à sua pressão.

Numa perspectiva muçulmana a sua estratégia revela-se eficiente e vitoriosa. Na realidade quem vence conquista geralmente a razão e torna-se também o dono da verdade. Facto é que as regiões onde o islão entra tornando-se maioritário, essas zonas vão sendo pouco a pouco purificadas de todas as outras religiões, sejam elas o animismo ou mesmo o Cristianismo. Nas regiões onde entram instalam-se em guetos e daí organizam a sua influência. Têm com eles a paciência e o orgulho de saberem que vencem porque têm o deus Alá do seu lado.

O islão afirmou-se no Médio Oriente, que era o berço do Cristianismo, através da sua convicção e da identificação da identidade civil com a identidade religiosa: a sua Nação é o Islão, o resto é constructo decadente. No mundo islâmico o conceito Nação foi fomentado pelos cristãos em minoria, o que os tornou suspeitos como cidadãos nos regimes muçulmanos. No tempo em que os portugueses ainda se lembravam dos árabes, foram também eles eficientes nos seus descobrimentos!... Agora é a hora do islão!... O Mamon petróleo pode muito e também a nação está à disposição dado cidadãos serem incómodos pelo que há pressa em fazer deles proletários carentes.

No tempo das conquistas os soberanos muçulmanos subjugavam os seus súbditos cristãos com um imposto especial (Sura 9,29) sendo apoiados pela pressão social muçulmana duma maioria consciente que se sabia na posse duma verdade superior à dos cristãos. A medida islâmica de determinar que é muçulmano quem tem um pai muçulmano e de proibir aos cristãos o casamento com mulheres muçulmanas ou de quem deixar de ser muçulmano arriscar a própria vida parece dar-lhes razão. De facto, ainda hoje há muitas mulheres de outras religiões que ao casarem com um parceiro de religião diferente, abandonam a sua para adoptarem a religião do marido.

Muitos cristãos, para fugirem à repressão e discriminação tornam-se muçulmanos ou emigram. É o que nos tempos modernos acontece na Turquia, no Iraque e noutros países africanos de influência árabe. Assim, dos países pré-islâmicos, antigamente cristãos, ainda se encontram alguns redutos de arménios, Coptas, Sírios, Arameus, Etíopes, Eritreus, e Caldeus.

A estratégia muçulmana é fomentada por uma elite política europeia que apenas acredita no comércio e desacredita a própria cultura e a sua alma cristã. A religião e a política querem-se como o sal na comida! Os muçulmanos com o seu monoteísmo absolutista ganham razão perante outras civilizações em que o relativismo cultural já mostra a sua fraqueza latente. Há que aprender não só dos relativistas mas também dos absolutistas. Estes, da sua perspectiva têm razão em considerarem-nos decadentes.

Naturalmente que somos mais avançados com o nosso secularismo, mas, de facto os romanos também o eram e como nós preocupavam-se apenas com o “cum quibus” e desprezavam os seus deuses. Os bárbaros mostraram-lhes então como se faz História!...

O progresso tem o seu preço. Pena seria que os nossos progressistas na sua unilateralidade, em nome do modernismo e do socialismo, preparassem o retrocesso e a lógica hegemónica do poder e duma moral vulgar fácil. Então talvez seja possível a homossexualidade masculina mas coitadas das lésbicas e dos mais fracos.

Com o êxodo dos cristãos do Iraque e do médio oriente a monocultura islâmica ganha; porém com ela perde o mundo aberto à diferença.

O islão não permitirá uma pluralidade religiosa enquanto se afirmar através da jurisprudência e não aceitar uma ciência teológica.

Ele afirma-se sem contrapartidas para a outra parte. Será que estamos a preparar a Era do absolutismo ideológico e económico? Então será tudo mais fácil: Teremos a paz dos que mandam e a dos que obedecem; teremos a área masculina e a área feminina; o nosso Céu e o Inferno dos outros.

Perseguição aos Cristãos no Iraque

Cerca de 150.000 – 200.000 cristãos iraquianos vivem no exílio. São obrigados a sair da terra que já os acolhia antes do islão ter chegado. Os muçulmanos iraquianos arranjam todos os motivos para atacarem os cristãos. Argumentos para justificar a discriminação não faltam: proibição do exercício duma profissão em que cristãos tocam em muçulmanos ( médicos, cableireiros…). Argumentam que o Corão não o permite visto os cristãos serem considerados impuros; para o não serem devem converter-se. A identificação dos cristãos com os americanos vem mesmo a calhar!

Nas casas abandonadas pelos cristãos vivem agora os seus perseguidores. Alguns que voltaram foram assassinados. O assassínio dum padre e o rapto do Arcebispo Paulos Faraj Rahho, que morreu nas mãos dos raptores, querem sinalizar que os cristãos iraquianos têm que abandonar o Iraque.

É escandalosa a atitude dos políticos que não dizem uma palavra de apoio moral aos cristãos perseguidos. Em vez disso, como se nada fosse e para alardearem o seu multiculturalismo, organizam conferencias inter-religiosas para darem mais direitos religiosos aos muçulmanos sem qualquer contrapartida. A tolerância deve fomentar-se dos dois lados. Os minaretes que, pela Europa fora, se vão erguendo são lanças contra o povo ortodoxo e outros exilados cristãos que vivem em países cristãos devido ao contraste do trato. Os muçulmanos podem contar com a cobardia do Ocidente em nome duma tolerância irresponsável. Naturalmente que individualmente e como pessoas não deve ser distinguido entre eles e nós; todos devem participar dos mesmos direitos e dos mesmos deveres; direitos culturais deveriam ser vistos na reciprocidade. A dignidade humana não pode ser condicionada à religião ou credo.

António da Cunha Duarte Justo

2 comentários:

Jorge da Paz disse...

Prezado Prof. António Justo:

Gostei da sua coragem ao escrever este artigo que, infelizmente, não vai ter a divulgação que devia.

Porém, o meu ilustre amigo pouco realçou uma das causas que têm como consequência o que aponta: a sobranceria dos cristãos e mais concretamente a de inúmeros Papas que, ao longo da história não cuidaram de divulgar a principal mensagem cristâ: o amor entre os homens, entendido numa visão de fraternidade universal e de um Deus UNO, comum quer a cristãos, quer a muçulmanos, quer a judeus, quer até a muitas religiões orientais.

Repare que logo D. Afonso Henriques foi o primeiro a ser excomungado por não "obedecer" servilmente ao Papa e só no fim da vida a bula "Manifestum probatum", de um novo Papa, o reconheceu como rei cristão.

Depois foi D. Dinis que, por saber que era aos Templários que Portugal devia a sua existência (ele próprio, com a reconhecida sabedoria que tinha, teria sido um Cavaleiro Templário), não os prendeu nem matou e conseguiu ao fim de 10 anos de laboriosas negociações com o Papa, que só mudasse a designação para Ordem de Cristo e se não fossem eles não teria havido descobrimentos anos depois...

E D. João II e D. Manuel I travaram longas disputas com os Papas...

E muito depois nem o grande Padre António Vieira escapou à "cegueira" da Inquisição, sempre acirrada pelos Papas...

Tudo isto para apenas apontar como Portugal e por conseguinte a expansão da Fé Cristã foi prejudicada pela arrogância da Igreja Católica, que ainda hoje pensa que tem o "monopólio" de Deus.

E assim se dividiram os cristãos e se fortaleceu o islamismo.

Faça-se, porém, justiça, ao caminho do diálogo encetado por João Paulo II e que tudo aponta está a ser prosseguido por Bento XVI.

Em resumo: se o Islão está mais forte e arrogante, a responsabilidade é em primeira linha dos Cristãos (todos), a começar pela Igreja católica.

Não quero alongar-me mais, mas não podia deixar de pôr o dedo nesta "ferida"... para a qual eu também tenho culpa.

Um abraço,
Jorge da Paz

António da Cunha Duarte Justo disse...

Prezado amigo Dr. Jorge da Paz,
Obrigado pela tomada de posição.

Ao fim e ao cabo ela vem justificar a força muçulmana que por sua vez dá razão à atitude não cristã tida por muitos responsáveis da igreja católica e de políticos que se preocuparam demais pela defesa do institucional.

A crítica e a razão cristãs porém continuam presentes, também devido a uma instituição por vezes infiel. O que torna o adversário forte é a nossa consciência de culpa estática e talvez um desejo inconsciente deslocado de ver na mãe uma prostituta. Sei que não é o caso do amigo!

É verdade que a sobranceria de papas, da Democracia e do Liberalismo sobre outras culturas não constitui exemplo entusiasta. Esta é a nossa história que temos de melhorar numa relação crítica e adulta entre os interesses individuais e institucionais.

O Deus Uno sê-lo-á a nível metafísico; o problema complica-se a nível ontológico e cultural. Até porque as imagens de Deus estão condicionadas ao meio cultural que as expressa e este é muitas vezes contraditório, pensando muito boa gente equivocadamente que o Deus dos cristãos é o mesmo que o muçulmano ou mesmo o tal Deus Uno racional.
A visão cultural é sempre perspectivista condicionasda e utilitária.

Afonso Henriques agiu cristãmente na sua desobediência. A própria consciência é norma, a nível cristão, mesmo que se rebele contra o dogma ou contra a autoridade.

Que as instituições, sejam elas políticas religiosas, ideológicas, jurídicas ou económicas, façam o seu negócio sendo solidariamente entre si, é um dado factual da história.

D. Dinis seguidor da espiritualidade cristã templária foi o grande pilar da nacao, atendendo à sua experiência cristã e estratégia templária.

Que o poder institucional procure reduzir a vida filosófica cristã a moralismo entende-se pela própria natureza das instituições, que vivem do que retiram do indivíduo.

A Ordem de Cristo foi o resultado da inteligência e do ideário português, então profético e que com a acção da Ordem de Cristo alcançará a sua realização nos Descobrimentos.

É verdade que a Igreja se comporta muitas vezes como prostituta. Se o não fosse também, também o Ocidente não seria o que é hoje, com os seus avanços civilizacionais e a sua exploração. Naturalmente seria mais Oriental…

Cada instituição tem o seu tempo e correspondência a uma realidade social histórica.

Um dos factores que ajudou a Civilização Ocidental a um certo “progresso” em relacao a outras culturas, foi precisamente o seu pecado, o desvio dos princípios cristãos.

A realidade é que vivemos ainda na Era dialéctica e dos contraditórios, uma Era perspectivista. Valerá a pena apontar para uma realidade aperspectiva, a que eu chamaria de trinitária.

Os cristãos, orientados pelo Mestre de Israel, com uma ideia dum Deus pessoal trinitário, fomentadora do personalismo e da individualização naturalmente que trabalham contra a forca institucional hegemónica na construção duma comunidade de pessoas adultas e responsáveis.

A ideia tardia da globalização é o passo incluído e primeiramente exercitado pela Igreja no sentido de construção duma Europa Unida.

A agitação islâmica, devido a um complexo de inferioridade e a certas experiências históricas, atribui a culpa sempre ao Ocidente.

Facto é que, apesar de todos os erros e cobardias da igreja, a grandeza e a fraqueza do “Ocidente” tem por raiz a Igreja Católica.

Que as instituições rivais da Igreja, como certos movimentos socialistas e racionalistas, só conheçam a retrete da Igreja Católica é compreensível. O que não é compreensível é que queiram ser, ao mesmo tempo, defensores da civilização ocidental no que ela significa de universalismo, humanismo, democracia e solidariedade. Nisto é que importa apostar e não no refrescar dos próprios defeitos (que é preciso corrigir) que são os trunfos de ideologias que não se interessam com o humanismo.

Amigo Dr. Paz, sei que apenas queria apontar um outro aspecto da realidade. Como conheço um pouco porém as mentalidades correctas das nossas elites, não resisti a escrever estas duas linhas.

Trata-se de praticar o bem e de descamuflar o mal.

Um abraço amigo
António da Cunha Duarte Justo.