terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

PLANO DE PROIBIÇÃO DE ALIMENTOS NÃO SAUDÁVEIS


O Ministro Federal da Alimentação na Alemanha apresentou um projecto de proibição de alimentos não saudáveis ​​porque falharam os compromissos voluntários assumidos pelos fabricantes.

Publicidades voltadas para crianças para produtos com muito açúcar, gordura e sal, tal como anúncios de doces entre filmes de desenhos animados e propagandas de salgadinhos na internet e em jogos da TV, serão proibidas de acordo com os planos do ministro. Não apenas para programas infantis, mas das 6h às 23h.

15% das crianças dos 3 aos 17 anos têm peso a mais, o que é um risco para diabetes ou doenças cardiovasculares.

Os hábitos alimentares e de exercícios são estabelecidos durante a infância.

Não será fácil levar adiante tal plano (pelo menos na íntegra,  na coligação governamental  porque os interesses dos Lóbis farão sua influência.

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8345

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

DUPLO PADRÃO NA APRESENTAÇÃO DO CONFLITO OESTE-LESTE A DECORRER NA UCRÂNIA

 

Hipocrisia ao Serviço de Narrativas políticas contra Populações e Estados

A invasão russa da Ucrânia é um reflexo da invasão americana do Iraque e isso é ocultado pelos media e pelos políticos. Também foi em nome dos valores ocidentais que os EUA aprisionaram, por muitos anos, 400 árabes sem acusações em Guantánamo/Cuba.

A afirmação de Moscovo que não marchariam sobre a Ucrânia é tão mentira como a do Ocidente quando prometeu que nunca se daria uma expansão da OTAN para o Leste e quando diz que a guerra começou em 24 de fevereiro 2022. A OTAN desculpa-se agora dizendo que a promessa dada à Rússia não tinha obrigatoriedade de cumprimento porque não pertencia ao direito internacional. Nesta lógica da mentira mútua como se legitima a valorização de uma e a desvalorização da outra a ponto de uma mentira se tornar verdade?

Durante dezenas de anos, enquanto, na Ucrânia, o Ocidente lavrava a terra, Moscovo deitava adubo e cada um na esperança de vir ter a melhor colheita.

Naturalmente cada parte tem direito à sua verdade-mentira para levar a sua adiante enquanto o povo dormir, mas nem uma parte nem a outra deveria ter a arrogância de demonizar a parte oposta e assim se continuar a viver no faz-de-conta que é verdade! 

Os media pró EUA/OTAN criaram em toda a União Europeia a opinião de que quem não dá a culpa absoluta a Putin não se deve sentir homem de bem, o que demonstra que estamos todos enredados na verdade alternativa de espírito maniqueu: de um lado Deus, do outro o Diabo. Torna-se fatal este puritanismo para toda a humanidade mantendo-a atualmente refém dos EUA. Que outros diabos se encontrem já em cena ao lado do grande Belzebu não faço referência aqui.

Tanto a Nova Rota da Seda como os gasodutos Nord Stream 1 e 2 contrariavam os planos dos EUA tendo-os boicotado (empresas que participassem neles), chegando ao ponto de destruir os gasodutos. Quem deixa aos EUA a função de polícias do mundo perde a oportunidade de ver um mundo não só ocidental, mas também oriental e o facto é que o dinheiro seduz independentemente de ser chinês, russo ou americano! A ideia de uma Europa soberana e politicamente livre não terá hipótese de realização enquanto os Estados Unidos da América do Norte continuarem a jogar com os interesses nacionalistas de nações europeias como impedidores da construção da Europa no sentido da Eurásia e mantiverem as suas bases atómicas em países europeus como apenas defensoras dos seus interesses e enquanto o contrato 2+4 tiver validade prática para a Alemanha e não passar ao nível do simbólico. 

Com a intervenção de Putin contrária ao direito internacional, o mundo deixou de ser monopolar para ter a chance de vir a ser multipolar muito embora num processo de “bipolaridade” dinâmica chamada a  transcender-se; a Europa e os EUA não se mostram interessados em reconhecê-lo (preferindo manter-se como bloco monopolar decadente),  nem a Europa parece aceitar  que deixou de representar o mundo (depois das grandes guerras), papel (unipolar global) então assumido pelos  EUA que se tornou num processo anti natural e cego porque abusador ao arrogar-se ser a síntese da “bipolaridade” natural.

O factor egoísta do “primeiro América”, terá de dar lugar a uma nova plataforma de entendimento com espaço para a diversidade e de maneira a incluir os diferentes interesses de todos os povos. O processo conflitual construído na Ucrânia em duas dezenas de anos quer pelos EUA, quer pela Rússia assenta em conceitos estratégicos antiquados a que falta o reconhecimento dos sinais dos tempos e por isso conduziu à catástrofe em via. Também a viragem alemã afirma a velha filosofia do “preparemos a guerra” porque o mundo que nos rodeia é inimigo! Esta filosofia atrasará, várias dezenas de anos, o desenvolvimento dos povos!

Para nos aproximarmos um pouco mais da realidade, seria suficiente uma análise neutra dos fatos que não viesse das fileiras da OTAN nem da Rússia e que contemplasse os interesses dos diferentes povos. O ex-primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, desabafou dizendo que os seus esforços de mediação pela paz falharam e não por causa de Putin ou de Selensky, mas por causa da intervenção dos EUA e do Reino Unido. Recentemente Israel atacou a capital da Síria, destruindo edifícios causando 15 civis mortos e dezenas de feridos. O mesmo tem feito a Turquia agindo contra o direito internacional na Síria. Disto não se fala na Europa porque se trata de um amigo dos EUA e  um povo bem informado constituiria um perigo para os actores geoestratégicos; um povo bem informado (não manipulado)  não se deixaria levar na enxurrada e passaria a acautelar-se  da corrente, ficando-se mais na margem não se deixando opiar numa visão maniqueísta da vida que só serve impostores poderosos encostados aos altos valores militares!

A uma Rússia humilhada segue-se a Rússia combatida e isso não pode levar a bom fim como já tivemos o exemplo da Alemanha ao ser humilhada no fim da guerra 1914-1918. A arrogância afirma-se dos dois lados: Enquanto o senhor do Ocidente (“Leviatã bíblico”) assenta o seu trono na Polónia e fala aos seus súbditos, o senhor da Rússia (“Leviatã bíblico”) procura em Moscovo convencer os seus súbditos.

A duplicidade de critérios na apresentação do conflito induz as populações a conclusões falsas de que os políticos deveriam ser responsabilizados não só pelos crimes em acto mas também pelo seu papel desconstrutivo da democracia.

 A Importância da Hipocrisia ajuda à criação e factos determinantes da História muito embora à posteriori se revelem como motivados pela mentira; assim a mentira passa a determinar o futuro, porque em termos de História os factos é que contam; desta premissa parecem partir os beligerantes!

António CD Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8342

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

PRÉMIO 2022 POR REALIZAÇÃO EXCELENTE


Atribuído a António Justo
pelo serviço jornalístico extraordinário e dedicado
ao SOL PORTUGUÊS
Jornal Sol Português 
 
Estou muito agradecido aos editores e redactores de “SOL SUN Português” pela placa de reconhecimento do meu trabalho.
António CD Justo


 Pode ser uma imagem de texto que diz "SOL PORTUGUESE SUN PORTUGUÊS GOLO GOAL 2022 AWARD OF EXCELLENCE HONOURING antónio Justo FOR OUTSTANDING AND EDICATED SERVICE TO ORTUGUÊS GUESE SUN NEWSPAPER NOVEMBER 2022"

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

A Falácia de “o Povo é quem mais ordena”

 

CONSTRUINDO UMA CULTURA DA PAZ

Somos filhos da guerra com padrões de comportamento e relacionamentos transmitidos baseados na competição, aquele destino que domina a natureza que se quer afirmar à custa do inferior e que se observa na ordem natural e na ordem cultural. Seria de se experimentar uma cultura que tenha como base a solidariedade em vez de competição.

O slogan de que “o povo é quem mais ordena” revela-se como uma mentira e parte certamente do princípio que o povo que nisso acredita não tem suficiente capacidade de raciocínio e de discernimento, na necessidade de ser dirigido. Faz parte dos meios ideológicos de que no poder os fins justificam os meios numa estratégia de levar o povo a servir os objetivos da ideologia e interesses dos seus representantes!

Também o sistema democrático se revela como um eufemismo válido do ditatorial porque a ditadura e a democracia se encontram implantadas em cada humano (entre autoafirmação e solidariedade) e é da essência do poder defender interesses e não pessoas/povo. A igualdade legal e a igualdade de dignidade humana encontram-se em contradição com a desigualdade natural e social vigente porque a natureza se perpetua e é legitimada  na afirmação do superior (mais forte) sobre o inferior e estas discrepâncias dão oportunidade aos mais fortes de se colocarem numa situação sobranceira, até porque no âmbito legal quem faz as leis são os que mais são servidos pelo sistema e a nível social quem determina o ritmo e a marcha são os mais fortes. Se o confronto se dá entre os mais fortes interrompe-se a subordinação natural das coisas e então eles procuram lutar para vencer querendo um aniquilar o outro, como fazem os cabritos para dominarem a fêmea.

Toda a ordem se baseia na subordinação, mas não seria descabido estabelecer-se uma ordem de paz já não baseada na competição, mas na colaboração solidária. 

Se observamos mais de perto as sociedades logo notaremos que estas vivem sobretudo da indústria armamentista, do comércio de armas, da guerra contra a natureza, da exploração humana, da rivalidade entre a cidade e o campo, da luta entre o religioso e o secular, entre o materialismo e o espiritualismo, da guerra contra o amor, da guerra contra as âncoras espirituais e deste modo contra as moradas da espécie humana.

Há uma discrepância entre o querer do povo e o querer do poder, mas como o poder se adquire à custa da ordenação/subordinação do povo, o que resta é o poder e não a solidariedade que o constituiu. Este, também ele fruto da afirmação competitiva (candidatos), quer-se afirmar cada vez mais ainda e para isso à custa de barreiras intransponíveis para o povo (que não tem valência como tal mas como indivíduo, que ele mesmo produz no seu meio através de competição individual  e que uma vez destacado no povo distancia-se dele passando a querer dominá-lo porque a sua posição transpôs a barreira anónima popular para o colocar no círculo (olimpo) dos grandes.

O povo deseja relacionamento amistoso, crescimento da confiança e solidariedade com todos os semelhantes. A Democracia, seguindo a própria matriz, não quer isto porque seus representantes são fruto da competição e não da solidariedade que é quebrada ao mudar-se a perspectiva do olhar (agora sobranceiro); também por isso na educação todo o ensino está ordenado no sentido competitivo de autoafirmação e de exclusão. Neste sentido até fica mal a partidos e organizações falarem de igualdade e de dignidade humana quando nas próprias estruturas domina a luta feroz por chegar a atingir um lugar mais alto sem olhar a meios.  

De resto, o povo já tem suficientes conflitos para resolver em casa e uma sociedade estruturada com base na concorrência no ciclo do medo e da violência ao tornar-se um verdadeiro circuito global fomenta a consciência geral de que é normal a guerra em todo o lugar; o que leva  à lei da inércia, oposta a uma cultura da paz!

Assim se aceitam civilizações produtoras de dor, de separação, medo da perda, de abandono e de violência.

Resta substituir o medo pela confiança e a concorrência pela solidariedade muito embora na consciência de que tudo é complementar!

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8331

A Falácia de “o Povo é quem mais ordena”

Somos filhos da guerra com padrões de comportamento e relacionamentos transmitidos baseados na competição, aquele destino que domina a natureza que se quer afirmar à custa do inferior e que se observa na ordem natural e na ordem cultural. Seria de se experimentar uma cultura que tenha como base a solidariedade em vez de competição.

O slogan de que “o povo é quem mais ordena” revela-se como uma mentira e parte certamente do princípio que o povo que nisso acredita não tem suficiente capacidade de raciocínio e de discernimento, na necessidade de ser dirigido. Faz parte dos meios ideológicos de que no poder os fins justificam os meios numa estratégia de levar o povo a servir os objetivos da ideologia e interesses dos seus representantes!

Também o sistema democrático se revela como um eufemismo válido do ditatorial porque a ditadura e a democracia se encontram implantadas em cada humano (entre autoafirmação e solidariedade) e é da essência do poder defender interesses e não pessoas/povo. A igualdade legal e a igualdade de dignidade humana encontram-se em contradição com a desigualdade natural e social vigente porque a natureza se perpetua e é legitimada  na afirmação do superior (mais forte) sobre o inferior e estas discrepâncias dão oportunidade aos mais fortes de se colocarem numa situação sobranceira, até porque no âmbito legal quem faz as leis são os que mais são servidos pelo sistema e a nível social quem determina o ritmo e a marcha são os mais fortes. Se o confronto se dá entre os mais fortes interrompe-se a subordinação natural das coisas e então eles procuram lutar para vencer querendo um aniquilar o outro, como fazem os cabritos para dominarem a fêmea.

Toda a ordem se baseia na subordinação, mas não seria descabido estabelecer-se uma ordem de paz já não baseada na competição, mas na colaboração solidária. 

Se observamos mais de perto as sociedades logo notaremos que estas vivem sobretudo da indústria armamentista, do comércio de armas, da guerra contra a natureza, da exploração humana, da rivalidade entre a cidade e o campo, da luta entre o religioso e o secular, entre o materialismo e o espiritualismo, da guerra contra o amor, da guerra contra as âncoras espirituais e deste modo contra as moradas da espécie humana.

Há uma discrepância entre o querer do povo e o querer do poder, mas como o poder se adquire à custa da ordenação/subordinação do povo, o que resta é o poder e não a solidariedade que o constituiu. Este, também ele fruto da afirmação competitiva (candidatos), quer-se afirmar cada vez mais ainda e para isso à custa de barreiras intransponíveis para o povo (que não tem valência como tal mas como indivíduo, que ele mesmo produz no seu meio através de competição individual  e que uma vez destacado no povo distancia-se dele passando a querer dominá-lo porque a sua posição transpôs a barreira anónima popular para o colocar no círculo (olimpo) dos grandes.

O povo deseja relacionamento amistoso, crescimento da confiança e solidariedade com todos os semelhantes. A Democracia, seguindo a própria matriz, não quer isto porque seus representantes são fruto da competição e não da solidariedade que é quebrada ao mudar-se a perspectiva do olhar (agora sobranceiro); também por isso na educação todo o ensino está ordenado no sentido competitivo de autoafirmação e de exclusão. Neste sentido até fica mal a partidos e organizações falarem de igualdade e de dignidade humana quando nas próprias estruturas domina a luta feroz por chegar a atingir um lugar mais alto sem olhar a meios.  

De resto, o povo já tem suficientes conflitos para resolver em casa e uma sociedade estruturada com base na concorrência no ciclo do medo e da violência ao tornar-se um verdadeiro circuito global fomenta a consciência geral de que é normal a guerra em todo o lugar; o que leva  à lei da inércia, oposta a uma cultura da paz!

Assim se aceitam civilizações produtoras de dor, de separação, medo da perda, de abandono e de violência.

Resta substituir o medo pela confiança e a concorrência pela solidariedade muito embora na consciência de que tudo é complementar!

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8331

Ordem da Liberdade transformada em Ordem Carnavalesca

 

A ATRIBUIÇÃO DA ORDEM DA LIBERDADE A ZELENSKY REVELA UM ABUSO DO PODER

 

O PR Marcelo Rebelo de Sousa decidiu atribuir a ordem da Liberdade a Zelensky o que tudo indica para um abuso do poder. Atribuir o mais alto grau dessa ordem (Grande-Colar da Ordem da Liberdade) no dia 24 de Fevereiro,  a um presidente que proibiu onze partidos, andou metido em embrulhos de questões oligárquicas, e seguidor de uma política em desacordo com o cumprimento dos acordos de Minsk que pretendiam estabelecer a paz entre grupos nacionais rivalizastes na Ucrânia, num período  em que a Ucrânia se poderia ainda tornar-se numa república federal,  revela-se como abuso e pleno desconhecimento do que se passou na Ucrânia e do que a História dirá sobre ela, sobre o actuar dos seus presidentes e dos beligerantes geoestratégicos. Ou será que o poder e os interesses de alguns cegam?

Será que o senhor Presidente Rebelo de Sousa não estará a meter o carro à frente dos bois por mera razão de proselitismo do próprio cargo ou para alinhar no carnaval político a que nos acostumaram, transformando a Ordem da Liberdade numa distinção de Ordem Carnavalesca?  

A Ordem da Liberdade destina-se a galardoar “serviços relevantes prestados em defesa dos valores da Civilização, em prol da dignificação do Homem e à causa da Liberdade”.  O papel de Zelensky não enquadra em nenhum destes serviços!

O facto de servir interesses anglo-saxónicos, num conflito que explodiu em 2014 na guerra civil que matou 17.000 pessoas, pressupõe um conceito de liberdade emoldurada numa cultura guerreira e não pacífica.

Colocar-se de um lado ou do outro de um povo ucraniano dividido não significa lutar pela liberdade dele, mas sim pelo serviço de interesses, chamem-se eles russos ou ocidentais. O senhor Presidente da República é-o de todo um povo e como tal não se deveria sentir legitimado a colocar-se ao lado dos EUA nem da Rússia!

Esta é uma guerra suja que deixa sujos todos os intervenientes nela!

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8328

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Marte e Mercúrio (deuses da Guerra/Comunicação) estão satisfeitos

  

CONFERÊNCIA DE SEGURANÇA 2023 TRANSFORMADA EM CONFIRMAÇÃO DA GUERRA

A 59ª Conferência de Segurança de Munique de 17 a 19.02.2023 girou toda ela em torno da guerra entre a OTAN e a Rússia. Mais parece uma liturgia em torno de Marte, o deus da guerra e de Mercúrio/Hermes (1) o deus da comunicação, que se dão por vencedores por verificarem que seus servidores estão pela guerra total, sem limites; a iniciativa de paz manifestada pela China perturbou a OTAN que não quer ver a China a intrometer-se nem a favor da Rússia nem contra a intenção da OTAN de intensificar a guerra. Os EUA enviaram 1000 participantes e para estarem mais à vontade na sua propaganda desconvidaram Putin e para o pódio convidaram russos oponentes de Putin para deste modo poderem ver todos afinados em coro no mesmo tom propagandístico; doutro modo, a apresentação de outras posições poderia perturbar o efeito que se pretende provocar no povo no sentido de este continuar a  aplaudir os falcões militares e em mero fiéis de Marte e de Hermes.

E para que toda a conferência entoasse no mesmo diapasão  o presidente francês Mácron solfejou  logo no princípio “agora não é tempo de diálogo”, sim, porque esta é a oportunidade dos militares irem ocupando o povo e a Europa para que se não deem conta do que está realmente em jogo e não pensem em começar a exigir que se alistem responsabilidades. Ainda se nota um certo desacordo entre os parceiros sobre até onde deve ir o apoio logístico de armas à Ucrânia (isto não é tratado nos media para que o povo pense que tudo concorda com a ênfase da guerra). Enquanto o Chanceler alemão Scholz, para não se encontrar sozinho na fronte de batalha, admoestava os participantes ao "cuidado antes do tiro precipitado, coesão antes de uma performance solo", Stoltenberg (porta-voz da OTAN) contraria-o dizendo: "Alguns temem que o nosso apoio à Ucrânia represente riscos de escalada". Como se vê o representante da OTAN quer guerra custe o que custar enquanto Scholz apesar de seu seguidor quer ver todos os países unidos no mesmo intento para no fim da parti militar serem todos responsabilizados a pagar a reconstrução da Ucrânia. Neste sentido os alemães pretendem a formação de uma “aliança de tanques de batalha Leo” contínua, o que se torna difícil, mas por fim, a força é que vence. A busca por tanques Leopard 2 disponíveis dos aliados permaneceu sem resultados contáveis (Portugal, que também se gosta de meter nas andanças dos grandes ainda é dos mais prestáveis a ceder Leopardos 2.

Como resultado da conferência ficou claro que apenas se quer um debate para se ir manipulando o povo e não um diálogo que leve a compromissos.

A Ucrânia manifestou na conferência o desejo adquirir armas incendiárias de fósforo e munições cluster, embora 100 estados as proíbam.

O único que conta com a cartada da diplomacia foi o representante chinês Wang Yi. Ele quer fazer uma proposta de negociação para a paz, como já foi sugerido pelo presidente brasileiro aos delegados chineses no Brasil. Só que nestas coisas os países não englobados em interesses geoestratégicos não têm palavra a dizer no assunto. Isso é assunto dos Estados Unidos, Rússia e China, os outros abaixam a bola!  Por isso o representante chinês disse:   "Vamos apresentar algo. É a posição chinesa sobre a resolução da crise na Ucrânia"; espera-se que até ao dia 24 de Fevereiro a proposta saia a lume. Ele referiu-se à Carta da ONU. O Ocidente ainda não está interessado em um plano de paz. Por outro lado, a China pode usar o plano de paz para fortalecer a sua reivindicação à república insular de Taiwan. Como as frentes da guerra só querem a vitória, a China seria a única potência que conseguiria influenciar Putin e Biden (nos bastidores). O problema é o preço.

Há pressa em ganhar a guerra porque se os combates se prolongarem para lá do verão Biden ver-se-á obrigado debater os gastos com a guerra com a população americana no limiar das presidenciais norte-americanas. Daí haver uma certa concorrência de Silensky e Biden para resolverem o problema e na consequência Silensky terá de ceder sentar-se na mesa das conversações no fim do verão para tentar salvar o partido de Biden nas eleições americanas.

Numa sociedade ideologicamente militarizada, opiniões divergentes são identificadas com armas e com isto contam os governantes transformados em falcões militares! Na conferência tratou-se de um evento anti diálogo, produtor de  slogans de afirmação mútua com a preocupação de alinhar o regimento dos participantes e de se criarem notícias que levem a fortalecer nas populações o apoio à irracional a vontade de vencer em vez de se activar a diplomacia, independentemente da triste realidade que acontece, e para isso só importa produzir notícias fortalecedoras do preconceito que  deve socialmente ser assumido como realidade factual. Nesta guerra só haverá perdedores, como já se começaram a sentir em questões de energia e quando vão ao mercado, os que não têm nada a ver com ela.

Tal como afirmavam em relação ao Afeganistão muda-se o refrão: "Defender a Ucrânia também é defender a paz na Europa".

Depois do evento só Marte, deus da guerra tem razões para ficar contente: A Alemanha continua a tradição belicista aproveitando para enfatizar o aumento dos gastos com a defesa para dois por cento.

Em torno da Conferência houve numerosas manifestações pacíficas. Escoltaram as manifestações aproximadamente 4.800 agentes da polícia que acompanharam cerca de 25.000 participantes nas manifestações, sendo parte delas contra a guerra e outra parte defendendo a entrega de armas à Ucrânia (2)!

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=8321

(1) Hermes da Mitologia grega é o deus grego da guerra, do comércio, da comunicação, dos viajantes e dos ladrões, é o filho de Zeus e Maia que anda associado ao deus romano Mercúrio.

(2) https://www.br.de/nachrichten/bayern/sehr-zufrieden-polizei-zieht-bilanz-nach-sicherheitskonferenz,TWJjO9G

sábado, 18 de fevereiro de 2023

NA AGENDA CONTRA OS AVÓS

 

 

Sacrificar a Vida dos idosos para salvar a Economia

 

Ainda nos encontramos em meio da discussão sobre a arte de uma morte apressada (eutanásia) e já a política e a economia avançam descaradamente para o próximo capítulo! Dan Patrick (Vice-Governador do Texas) sem hesitar diz claramente: „Os velhos deveriam sacrificar-se para salvar a economia e não paralisar o país norte-americano. Devem morrer”!

Christine Lagarde, ex-presidente do Fundo Monetário Internacional e atualmente Gerente do Banco Central Europeu ajuda: “Os anciãos vivem demasiado e isso é um risco para economia global.”

Taro Aso (Ministro das Finanças do Japão) pede aos velhos que se apressem a morrer para que o estado não tenha de pagar as suas pensões.

Não se trata de matar já os idosos, mas criar pressão sobre eles para que estes se matem com a ajuda do Estado. A política parece já andar a preparar o caminho com a liberalização da eutanásia para que também a morte se torne mais rápida e económica. O número de suicídios é alarmante!

Segundo Durkheim, as causas de suicídio são sempre sociais! Conforme Statista (1),na Europa no topo do triste ranking de suicídios está a Lituânia com 26,1 suicídios por 100.000 habitantes: a Alemanha com 12,3;   Portugal e França 10,0-14,9 por 100.000 habitantes; Espanha, Itália, Inglaterra 5,0-9,9; Albânia 4.3; Turquia 2,3;  Europa média 10,2. No mundo, uma em cada 100 mortes a causa é suicídio. Brasiil: 6,4; Angola: 12,6; Moçambique: 23,2 (2)...

Quando já dizem isto em voz alta contra os avós, o que já não estará para vir?...

“avós nós amamo-vos” apesar da agenda contra vós. A Europa propagou o niilismo nas mentalidades e agora trata-se de passar à sua prática! A Europa está empenhada em acabar com ela mesma.

Os avós construíram a nossa sociedade e pagaram as suas contribuições para terem direito às suas reformas! Pertencem à geração que mais se sacrificou para chegarmos ao nível social em que nos encontramos hoje e surgem os ingratos do sistema que preferem gastar os seus dinheiros em guerras em empresas megalómanas!...

Agora que a agenda é contra Deus, pátria e família e só o dinheiro conta, o clima social muda de maneira assustadora... para silenciar a má consciência da classe dominante, atiça-se o mau humor contra os avós...

Actualmente a expectativa de vida média em Portugal é de 77,67 anos para os homens e 83,37 anos para as mulheres; na Alemanha é 78,9 anos para homens e 83,6 anos para mulheres...

António CD Justo

Texto completo e notas em Pegadas do Tempo https://antonio-justo.eu/?p=8317

 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

O chanceler alemão foi enganado pelo Presidente dos EUA no caso do bombardeamento dos gasodutos Nord Stream 1 e 2.

 

A EUROPA ESTÁ A SER REFÉM DE MENTIRAS


A Europa ao saber a verdade do acontecido calou o assunto para não sujar o rosto dos EUA e não se envergonhar definitivamente na situação embaraçosa da guerra em que se meteu e sobre a qual os nossos media nos têm manipulado como se fossem partido propagandista de guerra.

O jornalista investigativo Seymour Hersh (1), revelou que no caso do bombardeamento dos Oleodutos Nord Stream 1 e 2 foi a Marinha dos EUA que realizou a sabotagem (2), com a ajuda da Noruega.

Eis o que Hersh desvendou: “Em junho de 2022, sob o pretexto de um exercício militar, a marinha americana colocou dispositivos explosivos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que transportam gás natural da Rússia para a Alemanha. A 26 de Setembro, estes engenhos explosivos foram detonados por controlo remoto. A operação foi ordenada pelo Presidente dos EUA Joe Biden e planeada pelo Secretário de Estado Antony Blinken, pela Subsecretária de Estado para os Assuntos Políticos Victoria Nuland e pelo Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan. O planeamento do ataque teve início em dezembro de 2021, meses antes da invasão russa da Ucrânia”.

Segundo ele a decisão da Casa Branca de bombardear os oleodutos visava prender os aliados no apoio à Ucrânia em um momento em que alguns hesitavam”. "O medo era que a Europa saísse da guerra" que já tinha começado em 2014!

O Procurador-Geral alemão Peter Frank disse ao “Welt am Sonntag”: "Estamos actualmente a avaliar tudo isto forensicamente". Normalmente, tais investigações vão dando tempo para que os governantes vão aferindo as suas decisões sem terem de se envergonhar.

Os meios de comunicação social não estão interessados em fazer publicidade destes e doutros factos para evitarem reconhecer a vergonha em que se envolveram de induzir em erro espectadores e leitores. Infelizmente só alguns canais alternativos aos que alinham nas políticas dos regimes ajudam a poder-se compreender o que se diz ou escreve entre linhas!

A tese de que que a NATO e as nações europeias se deveriam envolver na guerra para dar resposta à agressão russa de fevereiro 2022 é assim desmentida! Isto irá provocar uma cadeia de reacções políticas de grande alcance. Não será fácil porque os nossos governantes já se encontram em penhados na guerra desde 2014.

A maior victória dos e para os Estados Unidos foi criar a separação entre a Alemanha /Europa e a Rússia (3).

Quando os actores principais dos povos usam do estratagema da mentira crassa para imporem os seus interesses poem em perigo também o sistema democrático. A Casa Branca, a NATO e a EU têm agora de procurar rapidamente outros embustices para saírem de cara menos suja desta tragédia que causa perdas irreparáveis não só para o povo ucraniano, mas em especial para toda a Europa que é impedida pelo seu aliado de dar forma ao próprio desenvolvimento com projecto próprio!

António CD Justo

Pegadas do Temo, https://antonio-justo.eu/?p=8313

(1) Seymour Hersh ganhou o Prêmio Pulitzer em 1970 por sua reportagem sobre o massacre de My Lai. Em 2004, expôs o escândalo de abuso de prisioneiros de Abu Ghraib no Iraque.

(2) https://www.youtube.com/watch?v=d4BuMaGlKp0

(3) A maior victória dos EUA foi criar a separação entre a Alemanha /Europa e a Rússia: em https://triplov.com/sobre-a-guerra/   e em https://jornalpovodeportugal.eu/2022/04/03/com-a-escusa-da-ucrania-os-eua-ganharam-a-guerra-do-gas-e-conseguiram-desnortear-a-europa/

(4) A obra, que custou 9,5 bilhões de euros, pertence à estatal russa Gazprom e foi construída com o apoio de cinco empresas europeias de energia: OMV da Áustria, a anglo-holandesa Shell, Engie, da França, e as alemãs Uniper e Winterhall — esta última uma filial da multinacional Basf. Nord Stream é uma série de gasodutos para transporte de gás natural através do Mar Báltico. Da Alemanha, grande parte do gás é redistribuído para outros países da Europa. A DW reportou em fevereiro de 2022 que "as duas instalações enviariam 110 bilhões de metros cúbicos de gás natural anualmente à Alemanha".