quarta-feira, 21 de março de 2018

O AUMENTO DAS REFORMAS NA ALEMANHA SUPERA OS 3%


António Justo
A partir de Julho 2018, nos antigos estados federais, as reformas são aumentadas de 3,22% e de 3,37 nos novos estados federais.

Em mil euros dá-se um aumento de 32,2 euros no oeste alemão e 33,7 euros no leste da Alemanha.
Como base de orientação para o aumento das reformas foi tido em conta o aumento salarial de 2,93% no Oeste e de 3,06 % no Leste.

Prevê-se para 2018 uma inflacção de1,7%.

O valor da pensão (Rentenwert) ou seja, o valor dos pontos de pensão (Entgeltepunkte) também são aumentados a partir de julho. O aumento na zona ocidental passa de 31,03 euros para 32,03€ e no Leste de 29,69€ para 30,69€.

Desde 2014 a reforma teve um aumento de 12% na parte ocidental da Alemanha e de 16% na oriental.

A reforma na antiga Alemanha socialista atinge assim os 95,6% do nível ocidental

Em 2017 a caixa de pensões teve um superávit de 300 milhões de euros.A receita foi de 293,5 bilhões e as despesas 293,2 bilhões de euros.

Aposentados ficam sujeitos a impostos a partir de uma reforma de 9.000 euros (esposo e esposa 18.000). Como refere Focus online, se o rendimento tributável mensal dos aposentados exceder 750 euros (900 euros divididos por 12 meses), eles devem pagar impostos sobre o excedente. Além da renda de pensão, outros rendimentos, tais como rendimentos de investimentos, renda ou pensões profissionais também incluem renda tributável.
António da Cunha Duarte Justo

segunda-feira, 19 de março de 2018

CUMPLICIDADE DA ALEMANHA E DA EU NA INVASÃO TURCA CONTRA OS CURDOS

 Conflito turco-curdo transportado para a Alemanha


Por António Justo
"Erdogan terrorista!", tanques alemães, fora do Curdistão! “,"Merkel financia, Erdogan bombardeia!" „Afrin, Afrin!" são os gritos da marcha de 15 a 20 mil manifestantes, especialmente curdos, em Hanôver no Sábado passado (17.03.2018). Manifestam-se, tal como em outras cidades alemãs, contra a ofensiva militar turca no norte da Síria. Na sexta-feira, 16 civis foram mortos num ataque a um hospital da cidade Afrin de maioria curda. 

A ofensiva turca “Ramo de Oliveira” no norte da Síria, no parecer do Serviço Científico do Parlamento Alemão, não é compatível com o direito internacional. O artigo 51 da UN Carta só permite o direito à autodefesa. Forças armadas turcas nesta ofensiva já “neutralizaram” 3.055 curdos, como relata o governo turco!

Ataques contra organizações e mesquitas turcas 

Depois da invasão da Síria pela Turquia contra os curdos, a Alemanha assiste no seu território a uma série de ataques contra mesquitas e Instituições turcas. 

Segundo a Ditib, (União turco-islâmica – organização tecto de 900 associações turco-islâmicas na Alemanha), nos passados dois meses houve ataques a 27 mesquitas e 12 empresas e clubes turcos na Alemanha.

Já que a imprensa não se escandaliza com o escândalo da perseguição ao povo curdo, os curdos e apoiantes parecem determinados a escandalizar para poderem ser ouvidos. Na Alemanha prossegue a guerra turco-curda na Alemanha com outros meios. Na Alemanha acumulam-se extremistas turcos, neonazistas, membros do IS e extremistas de esquerda à mistura com muita gente de boa vontade.

Na Alemanha vivem 3 milhões de cidadãos de origem turca e, destes, cerca de um milhão são curdos. O conflito entre os dois grupos é cada vez maior.
Esta concentração de ataques é classificada como reacção à invasão militar turca contra a organização curda YPG no norte da Síria junto a Afrin. 

O Partido dos trabalhadores curdos (PKK) na Turquia e a Milícia curda YPG na Síria, lutam por um estado curdo independente no seu território de origem. Para impedir tal, o exército turco procura aniquilar os curdos do estado vizinho porque no caso de ser formado um estado curdo em parte do Curdistão vizinho (Síria) então a região curda da Turquia mais facilmente conseguiria esforçar o seu reconhecimento, se não com estado independente, como estado federado! 

Ancara festejou ontem (18.03) a tomada de Afrin onde os soldados já destruíram a estátua de Kawa símbolo da luta curda contra a tirania. O Observatório Independente dos Direitos Humanos na Síria fala de 300 civis vítimas da invasão turca. A Turquia apoiada pelo grupo aliado FSA (exército sírio livre) tenciona prosseguir a invasão na direção de Manbidsh, contra a organização curda YPG aliada dos USA na luta contra o grupo terrorista IS (Estado Islâmico). A Turquia não tolera que o povo curdo faça do Curdistão o seu estado. De futuro prevê-se paralelamente ao terrorismo IS, a luta pela independência do povo curdo, através da guerrilha até que as nações lhe reconheçam o direito a à sua etnia e a mandarem na própria terra.

Quanto aos ataques às instituições turcas na Alemanha, as autoridades ainda apalpam o escuro no terreno e partem do princípio que são ataques de motivação política e veem nos actos de violência uma reacção à ofensiva militar contra os curdos; segundo a Polícia Criminal Federal (BKA), a cena esquerda identifica-se com a situação dos curdos; também o órgão de Proteção constitucional alemã relata a presença de membros do PKK nas demonstrações curdas na Alemanha; também as associações islâmicas veem a participação da organização PKK que é proibida na Alemanha. Os políticos alemães sentem-se inquietados com o potencial da escalação do conflito de modo que o Ministério do Interior já pensa em colocar as mesquitas sob proteção policial especial, tal como acontece com as sinagogas.
 
O ódio divide a sociedade e não pode ser justificado pela solidariedade com os curdos na síria nem com a solidariedade da Alemanha com a Turquia ao apoiá-la e fornecer-lhe armas da morte. Por outro lado, ataques a instituições religiosas são também ataques à liberdade.
António da Cunha Duarte Justo

domingo, 18 de março de 2018

PARLAMENTO EUROPEU EXIGE MAIS DINHEIRO DOS ESTADOS MEMBROS


Depois do Brexit, o parlamento quer mais 30% para o orçamento da EU.

A União Europeia custa a cada cidadão 84 Cêntimos por dia, refere o HNA. De cada Euro que um país membro paga para a EU recebe de volta 95 centavos 95 Cêntimos. Com eles são promovidos grandes projectos em zonas pobres. A EU pretende, a partir de 2021, uma subida de 30% nas despesas. Para isso, o Parlamento quer que os Estados membros subam a taxa de contribuição para a EU, do actual 1%, da produção económica anual, para 1,3%.

A Suécia, Dinamarca e Holanda são contra o aumento. Só a Alemanha, Luxemburgo e Portugal se pronunciaram por uma maior transferência de dinheiro para Bruxelas.

A Áustria e a França não querem reduções para os agricultores nem para as infra-estruturas.
Em 2018 o orçamento anual da EU é de 145,2 bilhões de euros, que podem ser gastos.
António da Cunha Duarte Justo

sábado, 17 de março de 2018

Administração permite poligamia a refugiados e proíbe-a a alemães

DIREITOS CULTURAIS CONTRA DIREITOS HUMANOS NA ALEMANHA


António Justo
No Município de Montabaur foi reconhecido asilo a um sírio (refugiado) com quatro mulheres e 23 filhos. Antes as mulheres viviam em diferentes cidades da Síria em casas do marido. A lei do reagrupamento familiar concede também aos refugiados o direito a mandar vir a família. O problema começa, porém, com a definição do modelo de família. 

O islão permite ao homem possuir até quatro mulheres e um número arbitrário de escravas, desde que o homem as possa manter.
 
Devido aos protestos de cidadãos alemães que se sentem discriminados pela lei alemã, as autoridades responderam:” A legalidade de um casamento é regida exclusivamente pela lei do país em que foi concluída. E na Síria, os homens podem ter até quatro mulheres.”

Casos como este dificultam a compreensão para a integração de muitos refugiados até porque, naquela família, os membros masculinos impediam as meninas de frequentar a escola. Surgiram outros problemas como se relata aqui, (1) no jornal “Rhein Zeitung”.

Também em Schleswig-Holstein, no distrito de Pinneberg, um refugiado da Síria, que vive na Alemanha com sua esposa desde 2015, conseguiu que os 4 filhos da segunda mulher viessem para a Alemanha e recebeu agora a permissão para que a sua segunda esposa se venha juntar a ele (2). As autoridades disseram que agiram no "interesse das crianças" e certamente também no interesse do islão. A Constituição alemã, no artigo 3, diz: “Todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança”. Segundo a lógica, também o casamento de homens com crianças será permitido, dado isso ser da competência do país onde se realiza o casamento!

O Estado negligência os seus deveres perante a própria cultura 

Nas situações descritas observa-se um conflito entre a defesa de interesses individuais e a defesa de direitos culturais e, por outro lado o confronto entre direitos culturais de uma nacionalidade em relação à outra. São confundidos interesses de pessoas com os interesses das suas organizações contribuindo-se para situações discriminatórias quer para a sociedade maioritária quer para a minoritária. Na discussão pública confunde-se a defesa de interesses culturais com a defesa de direitos individuais. Isto leva aos mesmos preconceitos como a discussão se o islão pertence à Alemanha e se o cristianismo pertenceria à Turquia em vez de se respeitar a liberdade de religião apesar das diferentes estratégias de autoafirmação entre elas.

O regime político europeu tem negligenciado uma política do equilíbrio e da defesa dos direitos humanos também dentro dos grupos muçulmanos (a mulher é desprotegida e mantida na qualidade de pessoa subjugada ao homem!). 

Para legitimar o negócio das armas e para dar resposta ao envelhecimento da população europeia a classe política tem em conta a desvalorização de valores humanos europeus e negligencia o aspecto da bilateralidade nas relações interculturais. O Estado, ao permitir, no seu território, a imposição de direitos culturais contra direitos humanos, esvazia necessariamente os direitos culturais europeus (baseados nos direitos individuais humanos) e deste modo favorecer a cultura muçulmana (baseada no seu direito cultural sobre o indivíduo) contra a cultura europeia! 

Dado os estados de maioria muçulmana se definirem sobretudo pela religião, os estados europeus, embora provenientes da cultura cristã (nela inculturada gregos, romanos, judeus e bárbaros), ao incluírem nas suas relações com outras culturas apenas o aspecto económico e político (comércio de produtos) criam um vazio cultural na sociedade maioritária, proporcionando assim um clima de desconfiança entre os diferentes grupos populacionais.  Em nome da religião, uma cultura hegemónica pode afirmar-se contra uma cultura aberta e permissiva. Este dilema não encontra suficiente interesse político. Assim no povo europeu surge cada vez mais uma consciência antissistema político, como reacção a uma política liberalista de anticultura ocidental. A classe política não tem a coragem de dizer ao povo que o que lhe interessa é a conquista camuflada, o negócio, a venda de armas legitimadoras dos seus interesses apostados nos países queridos de guerra e por isso têm a obrigação moral de receber aquele povo que procura fugir do fogo das armas e dos interesses cruzados de grupos e elites organizados de cá e de lá.  

Integração
Fala-se muito de integração, mas grande parte dos turcos que se encontram na Alemanha, há várias dezenas de anos, provam o contrário de tais esperanças. Há muitos turcos a viver na Alemanha na segunda e terceira geração convictos que se tocarem numa mulher e ela tiver a menstruação, se tornam impuros. Ainda hoje noticiou um jornal (HNA) que, um polícia muçulmano da Renânia Palatinado, foi condenado a pagar 1000 euros de multa por ter recusado o aperto de mão, por razões religiosas, a uma colega polícia (justifica religiosamente a discriminação).   E depois, os políticos perguntam-se da razão por que o AfD é cada vez mais eleito! Também aqui se organiza uma discussão pública hipócrita dos a favor e dos contra, que se contentam no combate de posições ideológicas também elas abafadoras do que realmente se passa e em vez de analisarem profundamente as questões no sentido de abolir discriminação, fortalecem com a sua posição pro e contra o status quo de injustiças cometidas para com as minorias e para com as maiorias. 

Fomento do tráfico de mulheres e de casamentos fora da Europa

O facto de haver liberdade religiosa e o Corão permitir a poligamia, (excepcionalmente permitida na Administração alemã,) a prática alemã incrementa o tráfico de noivas e os casamentos em países islâmicos! O islão permite a poligamia, mas a Alemanha, mais atenta à dignidade e aos direitos da mulher, até a bigamia proíbe para os alemães

Discriminação factual da mulher
Isto torna-se num busílis, pois o governo alemão, com a sua prática, torna-se cúmplice de ajuda à bigamia e legitima a discriminação da mulher na sociedade islâmica que não permite à mulher ter vários homens! Com a sua prática a classe política põe em causa os valores da dignidade humana transportados pela civilização judaico-cristã. Esquece que a laicidade e a secularização fazem parte integrante da cristandade, ao contrário do que acontece com o islão.

Temos assim uma sociedade de duas justiças; na mesma sociedade temos uns a quem é permitida a poligamia e outros condenados a pena de prisão se a praticarem. Casar com duas ou mais mulheres também seria um privilégio masculino que muitos másculos alemães quereriam para si. Ou será que terão de se tornar muçulmanos e casar num país onde a sharia seja reconhecida, para adquirirem tão torto direito?

Exige a o governo alemão, por uma razão de bilateralidade, que os países muçulmanos reconheçam o casamento gay de uniões de homens estrangeiros? Porque é que o direito dos países que seguem o direito muçulmano (sharia) não permite às mulheres terem também elas vários homens! Ou será que a mulher só interessa em vista da procriação e consequente expansão?

Independente da liberdade ser mais ou menos masculina, a sociedade europeia, cada vez tem mais problemas, por usar dois pesos e duas medidas. 

Encontramo-nos numa situação em que, no mesmo Estado europeu, são permitidos direitos culturais contra direitos humanos e consequentemente a desigualdade de trato do homem e da mulher perante a lei. Ou será que uma política fomentadora de homens másculos quer conseguir, através da via travessa do Islão, voltar às regalias patriarcais da antiguidade?! 

A Europa quer importar pessoas, mas estas são muçulmanas e trazem consigo costumes, mesquitas enquanto que o Estados europeus, pelo facto de não serem religiosos e menosprezaram o aspecto ético, não salvaguardam o direito do seu povo religioso poder manifestar-se igualmente em religião com direito a construcção de igrejas nos países muçulmanos.  
As perspectivas mudam-se através da maciez da classe política e da bengala do Islão!!!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

quarta-feira, 14 de março de 2018

ALEMANHA OPTA PELA CONTINUIDADE PRAGMÁTICA ULTRAPASSANDO A IDEOLOGIA PELA DIREITA


Habemus Governo que promete Bem-estar para todos

Por António Justo 
A DR. Ângela Merkel foi hoje (14.03.2018) eleita Chanceler da Alemanha. Foi eleita com 364 votos a favor e 315 contra; 35 deputados da União e do SPD votaram contra a Chanceler. A coligação conta com 399 deputados, isto é, com 44 deputados mais do que seria necessário para governar.

Depois do juramento da Chanceler seguiu-se o dos 15 ministros do seu gabinete que prestaram, também eles, juramento perante o presidente do Bundestag, Wolfgang Schäuble (CDU). O Conselho de Ministros reuniu às 17 horas para a sua primeira reunião constituinte. O Governo terá mais secretários de Estado que nunca: 1 da CSU, 9 da CDU e 7 do SPD.

Pela primeira vez esteve presente, no acto da eleição e da posse, o seu marido com o filho e a mãe de Ângela Merkel de 89 anos. Com a presença da família e um juramento de um cargo confiante na "ajuda de Deus “, a chanceler talvez queira sinalizar que, agora, também será chegada a hora dos alemães e não tanto de muitos refugiados muçulmanos que não lhe têm facilitado a reinação do Estado.

O sistema Ângela Merkel ganhou e, com ela, o SPD também! Os militantes do SPD com o seu voto de 66%, pela coligação demonstraram que o SPD quer assumir responsabilidade política e ao mesmo tempo permitir-se uma pequena oposição dentro do partido para poder convencer mais eleitores nas próximas eleições.

Passados seis meses das eleições parlamentares, volta a governar a coligação da maioria CDU/CSU e SPD. Foi um alívio para a Alemanha, mas permanece um mau gosto a refugiados na boca do povo e um desafio ao governo. Da resposta a este dependerá a estabilidade da Alemanha.

À frente da oposição fica o partido AfD que vê no “sistema Merkel” o coveiro da CDU e do SPD e acusa o SPD de, com o seu voto para o novo governo sob a chanceler Ângela Merkel, “obstruir um novo começo político “na Alemanha.

Planos imediatos da Grande Coligação

A CDU quer já um subsídio de família especial para que famílias com filhos, com ordenado médio, consigam construir casa. Pretendem o reequipamento dos carros a diesel; produtos à venda devem conter menos açúcar, sal e gordura; pretende mudar o modelo da reforma para que a relação entre ordenado recebido no tempo activo e a reforma a receber no tempo passivo não desça abaixo dos 48% do ordenado. Quer ainda favorecer queixas colectivas em tribunal (como no escândalo dos carros diesel).

A partir de 1.01.2019 as contribuições para o seguro de saúde devem ser suportadas em partes iguais por empregadores e empregados. O Estado federal disponibilizará 500 milhões para creches. Em agosto será determinado um salário mínimo para jovens em formação a entrar em vigor em 2020. Uma comissão deve preparar propostas para a „igualdade de condições de vida" na cidade e no campo. Além disso uma comissão deve preparar propostas para uma reforma de vencimentos e taxas para médicos. Em 2020 devem ser criadas mais 100.000 Pontos de carga adicionais para veículos elétricos. 

Plano para 2021 é aumentar o abono de família em 15 euros por criança e mês. A taxa de solidariedade deve ser reduzida de 10 bilhões de euros e devem ser disponibilizados dois bilhões de euros para creches.

Abono de Família

O abono de família sobe 10 euros por mês e criança, no dia 1 de julho deste ano. Atualmente o primeiro e o segundo filho recebem de abono de família 194 € cada um; o terceiro 200€ e os filhos a partir do quarto recebem 225€ mensais cada um.

Política da EU

A Alemanha e a França pretendem a criação de um fundo monetário europeu, e a criação e a gestão do seu próprio orçamento numa união monetária ou até mesmo um ministro das Finanças da EU. 

Oito ministros das finanças dos Países baixos, Dinamarca, Irlanda, Suécia, Finlândia e dos Estados Bálticos enviaram uma carta comum para Bruxelas; nela protesta contra a ideia de transferência de competências adicionais para Brussel. 

O medo de uma Alemanha e França, como motor demasiado forte da Europa, mete medo a muitos. Por outro lado, a Alemanha e alguns Estados economicamente fortes da EU não estão de acordo que a EU assuma responsabilidade comum em relação aos países da EU que causam preocupações.

Na próxima cimeira de Bruxelas os 28 chefes do estado e os chefes do governo, terão uma agenda recheada A Chanceler pretende fazer propostas de reforma da EU e viaja em breve a Paris para, com o presidente Emmanuel Macron, preparar a cimeira do Conselho da Europa de 22/23 de Março; além da política europeia também a engrenagem da política migratória e da defesa.

A maturidade alemã

Como povo forte e rico não aposta na revolução; vai-se antecipando-se a ela, praticando a mudança no contínuo do dia-a-dia.  

O anseio do povo por paz e equilíbrio levou o SPD (com 66% dos votantes) a possibilitar a reposição da grande coligação CDU/CSU e SPD na frente da Alemanha. A decisão democrática do partido em defesa da coligação revelou-se como uma recusa da ideologia em favor do centro pragmático. 

A Alemanha, como nação poderosa e experiente, sabe que as utopias ideológicas de posições extremistas são de tolerar, porque mexem com a massa, mas também está consciente de que com ideologias não se faz pão. 

A sociedade gerou a sua esquerda alemã um pouco mais civilizada, que, como tal, deixa cada vez mais a ideologia do contra para entrar numa cultura do compromisso. Na falta de utopias, a própria esquerda ideológica jacobina atua já mais guiada pela tática do que pela convicção; assim reconhece que o barulho da sua qualidade de oposição é mais feito para satisfazer os espíritos e as margens mais amantes dos zés-pereiras. Isto porque está consciente de que o pragmatismo do centro está atento para atempadamente iniciar as mudanças necessárias.

Uma sociedade mais macia quer também mais equilíbrio entre as energias masculinas e femininas. Procura compensar a masculinidade do capital e da tecnologia pretendendo redirigir o progresso mais no sentido da natureza e da sociedade

Com a formação de um governo de grande coligação, a Alemanha optou pela continuidade pragmática deixando a ideologia à margem, ultrapassando-a pela direita.

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, http://antonio-justo.eu/?p=4716