quinta-feira, 27 de junho de 2024

Um Passo atrás na História do Tempo de Trabalho

 

SEMANA VOLUNTÁRIA DE 6 DIAS NA GRÉCIA

 

A partir de 1 de julho, a entidade patronal na Grécia poderá, por lei, oferecer aos seus trabalhadores a possibilidade de trabalharem seis dias por semana em vez de cinco.

No sexto dia de trabalho, os trabalhadores recebem mais 40% de salário e, no caso dos domingos e feriados, mais 115%. O horário máximo de trabalho é de 48 horas por semana...

O globalismo e o mundo multipolar, acompanhado de bloqueios económicos, obrigam a economia ocidental a reorganizar-se de forma protecionista e, por conseguinte, a importar menos produtos das economias dos países Brics; deste modo o Ocidente tem de produzir mais e a preços de concorrência, uma vez que a competição passa a ocorrer mais entre os países ocidentais...

Este facto, associado à escassez de mão de obra qualificada, devido aos anos de baixa taxa de natalidade, leva países como a Grécia a um retrocesso na história ocidental do trabalho - Um precedente grave para os países menos tecnicizados que terão de assumir, em parte, o papel da China e da Rússia como fornecedores de produtos de comercialização barata para países mais avançados (O que significa na Europa mais trabalho para alguns e grande diferença de salários)...

O grande problema criado pelas dinâmicas políticas e económicas actuais, apesar do avanço tecnológico, cria, por vezes, mais estresse e não deixa tempo suficiente disponível para  a família, desporto, passatempos, relaxamento e cultura...

Os excessos do neoliberalismo e das políticas erradas são mais visíveis nas sociedades marginalizadas. Países como a Bélgica e os Países Baixos têm a semana de quatro dias e outros estão a discutir a redução do horário de trabalho no sentido de criarem maior equilíbrio entre a vida profissional, familiar e de lazer...

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9434

ANTÓNIO COSTA PRESIDENTE DO CONSELHO EUROPEU

 

 

Úrsula von der Leyen Presidente da Comissão Europeia

 

Os líderes  (da coligação partidária: centro direita, socialistas e liberais) da União Europeia concordaram em nomear António Costa para Presidente do órgão dos Chefes de Estado e de Governo (Presidente do Conselho Europeu), Úrsula von der Leyen para representante da União Europeia (Presidente da Comissão Europeia) e a Primeira-Ministra da Estónia, Kaja Kallas, para o cargo de Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros.

António Costa no cargo de Presidente do Conselho Europeu - órgão máximo da União Europeia - é responsável pela preparação das cimeiras da UE e pela presidência das reuniões de trabalho. O Conselho Europeu define a agenda política da UE. Portugal continua assim a ter boas ligações  na Europa.

A Comissária Von der Leyen é responsável por 32 000 funcionários que apresentam propostas de nova legislação da UE ou controlam o cumprimento dos tratados europeus.

O grupo da família partidária social-democrata dos governos da UE (centro direita, socialistas e liberais) proponente das referidas personalidades para os altos cargos da EU   tem a maioria e por isso determinou os cargos decisivos da UE.

Consequentemente, na UE dar-se-á continuidade à mesma política burocrática, o que irá fortalecer os partidos não pertencentes ao arco do poder!

O resultado das eleições europeias não teve qualquer influência na escolha dos cargos de poder na UE.

Os chefes de Estado e de governo, reunidos em Bruxelas 27/28.06 aprovaram oficialmente o pessoal proposto.

Dado as facções do centro político do Parlamento terem um total de 406 deputados, prevê-se eleição certa dado a maioria absoluta no Parlamento Europeu ser de 361 deputados.

No dia 17 de julho, será a votação em Estrasburgo.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9430

 

terça-feira, 25 de junho de 2024

JULIAN ASSANGE FINALMENTE LIVRE

 


 

Rui Pinto - o caso português

 

Julian Assange, fundador da WikiLeaks, foi liberto após acordo com os EUA.

Tinha sido preso por ter revelado crimes de guerra dos EUA no Iraque, no Afeganistão e no campo de prisioneiros de Guantánamo. Entre outras coisas, o WikiLeaks publicou um vídeo que mostrava um helicóptero dos EUA a efetuar um ataque mortal contra civis em Bagdade. 

O acordo que Assange celebrou agora com o governo dos EUA deve incluir uma admissão de culpa por parte de Assange. Depois de declarado culpado pelo tribunal será deixado livre por já ter estado na prisão.

Um tribunal deverá então declará-lo culpado. No entanto, como ele já esteve na prisão, não terá de lá voltar.

Depois de tanto sofrimento Assange (1) vai gozar a liberdade a que tinha direito e fica como um raro exemplo de jornalismo investigativo e como documento da prepotência institucional.

 

RUI PINTO (2) O CASO PORTUGUÊS

Rui Pinto, Hacker que tinha revelado os escândalos Football Leaks e Luanda Leaks foi condenado a quatro anos de prisão (2023) com pena suspensa, no julgamento do processo Football Leaks, foi absolvido de 81 crimes devido à amnistia da vinda do papa a Portugal.

 

 

António da Cunha Duarte Justo

Notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9425

domingo, 23 de junho de 2024

Informação pública na Alemanha provadamente partidária

 

SISTEMAS PÚBLICOS DE COMUNICAÇÃO MANIFESTAMENTE TENDENCIOSOS


 

Um estudo recente da Universidade de Mainz chega à conclusão que os formatos de informação de serviço público (TV e radiodifusão pública) “se posicionam do lado da sociedade que, para simplificar, pode ser descrito como politicamente de centro-esquerda”.  O estudo está disponível na página inicial da Universidade de Mainz.

Isto observa-se, de uma maneira geral nos países membros da União Europeia e é um dos motivos que na Alemanha proporciona um progressivo aumento de movimentos de direita apesar das campanhas oficiais contra.

Parte-se do princípio que, a nível público, se deve renunciar ao emprego da razão factual na informação porque a sua aplicação poderia promover os conservadores ou radicalismos que poriam em perigo órgãos do Estado...

Lamentavelmente, em desabono dos media privilegiados pelo sistema, cada vez se tornam mais necessários canais de informação alternativos e redes sociais, naturalmente com o correspondente perigo do extremo oposto da possível tribalização da informação e da sociedade...

No discurso público alemão observa-se - de maneira exemplar para os membros da União Europeia - a vontade de se querer posicionar fora do discurso da razão e do diálogo. Domina uma forma de pensar autoritária, em que um lado é o bode expiatório e o outro é aquele que faz justiça. Neste sentido, exige-se uma politização da sociedade criando nela o dever de se posicionar. O impulso social de se posicionar também vai contra a liberdade, mas até a liberdade é também ela categorizada, tornando-se a sua linha de demarcação (fronteira da verdade) a opinião própria ou a opinião do mainstream. A pobreza de espírito chega a ser tanta que até a manifestação da exigência de prudência, moderação e reflexão no discurso público chega a ser apostrofada como reação medrosa...

E muitos dos jornalistas, condicionados ao seu salário e ao insuficiente tempo disponível, cedem à premissa:” Quem dá o pão dá a criação”!...

Na Europa, apesar de críticas dispersas aos sistemas públicos de comunicação, o seu papel continua indiscutível...

o comportamento dos sistemas públicos de comunicação na União Europeia, no que respeita sobretudo à informação sobre a epidemia Corona-19 e ao conflito geopolítico a desenrolar-se na Ucrânia, revelou a abdicação da sua responsabilidade de informação factual e racional crítica; de facto transformou-se em mero altifalante dos governos, da OMS e da NATO...

Grande parte da crise que hoje domina a Europa deve-se ao facto de os sistemas públicos de comunicação se terem tornado incapazes de possibilitar um diálogo e uma relação entre Estado e sociedade por se terem identificado com os governos em prejuízo da sociedade civil.

 

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9410 

quinta-feira, 20 de junho de 2024

GALILEIA NAS TREVAS DA NOITE

 

GALILEIA NAS TREVAS DA NOITE

 

Galileia nas trevas da noite cerrada,

Louca relva cobre o chão, desventurada.

Entre a Judeia e a Samaria, em pranto,

“Deuses” desentendem-se, mascarados em encanto.

 

Na dança da Galileia e Samaria,

Sacrificam-se humanos por miragens de utopia.

A vida se junta aos mortos, em destino cruel,

Figueira sem fruto, maldita a granel.

 

Palmeiras incendiadas, sombras enganadoras,

Narrativas de pó e escombros, clamores.

Justiça contida pela voz dos canhões,

Judeia espera o filho do homem em visões.

 

Montado numa burra, vem chorar,

Filhas de Samaria e Judeia a consolar.

No asfalto negro, o sangue se mistura,

Israel, Judá, Canaã, a eterna ruptura.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo


Rascunho:

GALILEIA NAS TREVAS DA NOITE CERRADA

A loucura relva o chão

Entre a Judeia e a Samaria

Os deuses desentenderam-se

Mascarados na dança da galileia Samaria

Se sacrificamos humanos

Por miragens do deserto – a vida se junta aos mortos

A figueira sem fruto maldita

E agora as palmeiras incendiadas

À sombra de narrativas enganadoras

Do pó dos escombros surgem clamores

De justiça contida pela voz dos canhões

Judeia à espera do filho do homem

Montado numa burra vem chorar

 as filhas de Samaria e da Judeia

No asfalto negro se junta o vermelho do sangue

Reino de Israel e Judá e o de Canaã (Palestina),

 António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9401

“Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor.”

(Jeremias 17:7)