terça-feira, 25 de dezembro de 2012

BOAS FESTAS

Amiga, amigo, é natal, Naquela gruta de cada um Flameja a alma universal Vem comigo, vem sentir A natura a fluir Ser a onda do desejo A brotar em Belém Um abraço universal António Justo Neste sentido convido-vos a ler e meditar na seguinte poesia de Fernando Pessoa: “Não sei quantas almas tenho Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, quem sente não é quem é, Atento ao que sou e vejo, torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo é do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. Por isso, alheio, vou lendo como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li o que julguei que senti. Releio e digo : "Fui eu ?" Deus sabe, porque o escreveu.” Fernando Pessoa

Sem comentários: