Ronaldo o Anjo da Equipa
Por António Justo
Hoje, 10 de Julho, faz um ano que a Seleção Nacional
venceu o campeonato da Europa, na final contra a França (1-0).
A selecção nacional começou o Europeu 2016 fraca, mostrou-se moderada no
meio do torneio e revelou-se eficiente no fim.
Apesar da coesa seleção ter Ronaldo, a imprensa internacional e as claques
não acreditavam em Portugal. Como Portugal tinha perdido no Mundial 0-4 contra
a Alemanha, os alemães pensavam que Portugal não chegaria às finais do Europeu.
Durante o torneio, Portugal viu-se sozinho a acreditar nele mesmo: é o caso
para dizer Portugal porque, com a
equipa, jogava Portugal inteiro.
O futebol português já tinha chegado muitas vezes às meias-finais e uma vez
à fatídica final em que perdeu em casa.
Portugal que fazia parte do grupo F iniciou o jogo 1-1 contra a Islândia,
recém-chegada ao campeonato 2016.
O 0-0 contra a Áustria e o 3-3 contra a Hungria mostrava que Portugal, tal como na política, andava atrás das suas
possibilidades. Nestes jogos, tinha jogado sozinho, sempre contra a sorte.
Demonstra que não chega o jogo para se chegar à victória. Sem victórias a
selecção consegue o terceiro lugar de vencedor nas eliminatórias das oitavas
finais. A equipa de Ronaldo esforça-se mais que o tempo lhe permitia,
conseguindo, no prolongamento, o 1-0 contra a Croácia.
O jogo foi um exercício de paciência para os portugueses que
desesperadamente aplaudiam. O aplauso e a esperança conseguiram as quartas de
final contra a Polónia onde, além das” horas extraordinárias” teve de recorrer
à disputa dos penáltis, vendo aí premiadas a vontade e o esforço. Depois do
1-1, com os penaltis, chega-se ao resultado Portugal 5-Polónia 3.
Segue-se depois o dia em que o Sol brilhou no gramado das meias-finais:
dois para Portugal e zero para o País de Gales.
Portugal
sentado no banco com seu anjo a sofrer
No Final contra a França, que jogava em casa, Ronaldo é ferido logo no
início do jogo; então a equipa do treinador Fernando Santos, passa a lutar por
Ronaldo e por Portugal. O mestre Eder consegue a proeza da victória metendo um
golo no prolongamento: 1-0 para Portugal. Portugal, apesar de muitas voltas
sentimentais, consegue com honra e com mérito ganhar o campeonato.
Lágrimas correram nas faces de Cristiano Ronaldo: umas de amargura e outras
de tristeza, durante a final.
Neste longo dia, o Euro 16 tornou-se na coroação das três vezes em que
Cristiano Ronaldo foi o melhor jogador do mundo.
O homem decisivo para os momentos decisivos foi ferido no 8° minuto por
Dimitri Payet e chora de dores e de desespero por ter de deixar a equipa no
momento em que ela mais precisava dele. Teve de deixar o seu palco, levado numa
maca.
Todos fomos testemunhas das lágrimas a correrem-lhe na cara e as dores no
rosto e como com Ronaldo no banco, todo o Portugal desespera.
A equipa portuguesa, consciente de que em momentos decisivos não é só boa a
nível individual, mas também como equipa, pega no jogo com a cabeça e com os
pés consciente que só juntos por uma causa se conseguirá vencer; então um por
todos e todos por um (Ronaldo) combatem como leões numa arena de grandes.
Ronaldo, agora na Zona de treino ao lado do treinador e na linha lateral
encoraja os colegas em campo. No 109° minuto Eder marca o Golo e no rosto de
Ronaldo correm agora lágrimas de contentamento.
Portugal consegue a meta gloriosa.
Enquanto Portugal jubila, a equipa francesa, chorava incontidamente com Blaise Matuidi e Antoine Griezmann. No rosto de França via-se a dor do
"Cruel e terrível" xeque-mate na própria casa.
Na Arena de Paris, Portugal deu o exemplo de Portugal unido, e de um
Portugal não perdido nas divisões de interesses corporativos e de partidos (Foi
um momento da união só também tido no passageiro 25 de Abril e no apoio ao povo
de timor!).
Precisamos de um Portugal verdadeiramente português que se sinta ele e
acredite nele; precisamos de políticos nacionais à altura dele!
Portugal tem muitíssimos “Ronaldos” e muitos “Fernando Santos” sentados no
banco dos suplentes e da assistência, impedidos e sem hipótese, sofrendo, até
ao desespero, com a falta de espírito de serviço e de equipa dos nossos
Governos e Parlamentos.
© António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo http://antonio-justo.eu/?p=4391
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