Os líderes do
PSOE (Pedro Sánchez) e do Unidas Podemos (Pablo Iglesias) comprometem-se a
formar coligação governamental e deste modo a iniciar uma cultura do
compromisso em Espanha, muito embora só à esquerda: prometem para isso um
executivo de coligação “rotundamente progressista”, o que de certo modo parece
inviabilizar o diálogo com os partidos à direita; como a soma dos 120
deputados do PSOE com os 35 do Podemos-IU só alcança 155 votos assegurados;
isto faz supor que a coligação não passará na primeira votação do
parlamento, dado para isso precisar de 176 votos (maioria absoluta). Faltam-lhe
21 deputados. Na segunda votação outros partidos da esquerda abster-se-ão
para possibilitarem a formação de governo. O pressuposto apoio dos independentistas não
contribuirá para a estabilidade da Espanha.
Resultados das
eleições: o PSOE (28% tem 120 deputados), PP (20,82% e 88 deputados), Vox
(15,09% e 52 deputados), Podemos-IU (12,84% e 35 deputados), Ciudadanos (6,79%
e 10 deputados), Más País (3 deputados), Nacionalistas Vascos: PNV (
7deputados), e Bildu ( 5 deputados), os Catalães, Junts (2 deputados) e CUP (2
deputados).
A EU
certamente estaria interessada numa coligação PSOE com o PP. Tudo o resto
obrigará a EU a uma maior observação da economia espanhola. A Portugal, como
pequena economia, tinha-lhe sido facultada a Geringonça, para a extrema
esquerda não fazer parte do governo.
Com esta coligação é dado mais um passo no
sentido da radicalização da sociedade espanhola. A escolha cada vez se torna
mais difícil dado se limitar à escolha de males menores.
Na Espanha, a coligação da Esquerda com a
"esquerda da esquerda" terá como resultado o fortalecimento da
direita e da direita da direita!
Com o novo governo, a política marxista
anticultura-ocidental será mais fortalecida e com isto provocará a movimentação
dos cidadãos para a direita! A esquerda continuará mais interessada em criar
dissonância do que harmonia, o que desagradará a grande parte do povo. A
polarização política na Europa parece querer levar a criar condições políticas
como na América do Sul.
Um certo jacobinismo político em voga leva
os partidos a terem um comportamento de seitas fomentando automaticamente a
polarização da sociedade; muitos deles fazem uso da palavra democracia, como
varinha de condão, porque sabem que o povo não vai analisar os seus programas e
doutrinas.
Uma sociedade
civil para não ter andar torto, tem de procurar andar com o pé esquerdo e com o
pé direito, de modo a não tropeçar um no outro; doutro modo passará ao “jogo da
macaquinha”!
António da
Cunha Duarte Justo
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