Incentivos para o cumprimento do dever
conseguidos à custa do dinheiro do contribuinte não deveria ser medida aceite,
também porque prejudica a imagem de um Governo que tende a beneficiar os trabalhadores do
Estado em relação aos outros para melhor se colar ao Estado. Já não chegam as
35 horas de trabalho para o serviço público, quando no privado são quarenta?
A
medida da redução das 40 para 35 horas foi partidária, antinacional e de
consequências muito graves para um Estado deficitário com um PNB inferior ao
PIB.
Portugal anestesiado
A
política do dinheiro barato que favorece devedores e castiga poupadores, foi
iniciada por Draghi (BCE) para salvar o Euro e com ele os países de fraca
produtividade; impediu assim, por um lado, grandes crises político-sociais nos
países do Sul , mas, por outro lado, em países como Portugal, a classe
governante em vez de se aproveitar da situação do dinheiro barato e da compra
de dívidas soberanas, para se dedicar responsavelmente ao desenvolvimento
económico do país e desembargar o futuro das gerações jovens, o governo,
iludiu o povo com a abundância do dinheiro fortalecido e vindo de fora,
apresentando-se como grande benemérito, quando essa abundância é meramente
artificial e sem o mínimo mérito; por outro lado o governo como não
investe na produção vinga-se no operariado mantendo os ordenados muito baixos
para poder compensar a não produtividade com o trabalho barato o único factor
que favorece a competitividade portuguesa a nível de comercialização de bens a
nível internacional (O outro factor é o turismo e as remessas dos emigrantes).
A desinformação do público português, na sua generalidade, criou uma atmosfera
de país anestesiado. Esta fraude a um operariado português desatento não foi
notada por este. A irresponsabilidade governamental da Geringonça a ser
continuada no novo governo de António Costa, será desmascarada em pouco tempo,
porque na segunda legislatura o povo desatento começará a sentir as falhas da
primeira.
Isto
até dá a impressão que trabalho é coisa estranha para os nossos governantes e
os leva a serem maus administradores!
A respeito destas coisas, o evangelhista Lucas (16:1/8) refere a parábola
de Jesus em relação ao administrador infie: “ Um homem rico tinha um
administrador que foi denunciado por estar dissipando os seus bens. Mandou
chamá-lo e disse-lhe: Que é isso que ouço dizer de ti? Presta contas da tua
administração, pois já não podes ser administrador! O administrador então
reflectiu: Que farei, uma vez que meu senhor me retire a administração? Cavar?
Não posso. Mendigar? Tenho vergonha… Já sei o que vou fazer para que, uma vez
afastado da administração, tenha quem me receba na própria casa.
Convocou então os devedores do seu senhor
um a um, e disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? Cem barris de óleo, respondeu ele. Disse
então: Toma tua conta, senta-te e escreve depressa cinquenta. Depois, disse a outro: E tu, quanto deves? –
Cem medidas de trigo, respondeu. Ele disse: Toma tua conta e escreve oitenta.
E o
senhor louvou o administrador desonesto por ter agido com prudência. Pois os
filhos deste século são mais prudentes com sua geração do que os filhos da luz”.
António da Cunha Duarte Justo
In Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=5670
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