OS BANCOS SÃO OS
EXÉRCITOS AVANÇADOS DAS POTÊNCIAS
União
Europeia dividida em Europa do Norte e Europa do Sul
Por António Justo
Em termos de mentalidade e de
economia a Europa encontra-se dividida em duas: a Europa do Norte e a Europa do
Sul como podemos constatar a partir da luta cultural iniciada no século XVI
pela reforma protestante e em parte na maneira como o império romano desabou. A
norte predomina a mentalidade da cultura protestante (mais capitalista e
técnica) e a sul a mentalidade católica (de caracter mais rural e natural); a
primeira tem uma perspectiva mais individual (elitista) e a segunda uma
perspectiva mais comunitária (popular).
Com a tragédia da segunda guerra
mundial os países centrais e nórdicos começam por criar uma união económica
integradora das economias. Com a queda do muro de Berlim resultante do colapso
do comunismo pensou-se na organização de uma Europa económica e política sem
fronteiras (1). Finda assim a época das guerras militares entre países europeus
para surgir um outro tipo de guerra: a guerra económica com sanções e servidões
entre as nações.
Antes as nações usavam a força
dos exércitos para derrubarem principados e nações; actualmente, com uma
estratégia adequada à democracia, as potências usam o seu poder financeiro
internacional (Bancos) para derrubarem soberanias de economia mais fraca e para
humilharem democracias. De facto, os bancos são os novos exércitos avançados
das nações.
Por outro lado, os soldados
mercenários da guerra foram substituídos pelos trabalhadores migrantes…
A estratégia pós-guerra da França
de condicionar a União da Alemanha à criação da Moeda Única (Zona Euro) para,
deste modo, a amarrar e criar uma zona de paz duradoura na Europa não parece
frutificar. A Alemanha perdeu a guerra político-militar mas ganhou a guerra
económico-política; e esta é a guerra do globalismo.
Como se vê da Grécia e de
Bruxelas, da disputa entre o norte e o sul da Europa, as hostes avançadas e
discretas da economia não arredam pé. Não há uma política económica para as
nações. Em vez de uma Europa confiante vive-se numa sociedade europeia de
medos. A europa do norte compreende-se como trabalhadora arrecadando para o seu
celeiro e sofre do medo de ter de distribuir o que de todos arrecadou com suor
e inteligência: A Europa do Sul teme pelo seu estilo de vida: uma existência do
bom viver; “não só de pão vive o Homem”; por isso se reage veementemente não
querendo ser reduzida a homo faber.
António da Cunha
Duarte Justo
Jornalista
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