domingo, 2 de março de 2025

Desinformação mediática sobre a Reunião Trump-Zelensky

 

Manipulação na Era da Guerra e da Pandemia

 

Recentemente, acompanhei atentamente a reunião na Sala Oval, em Washington, e fiquei impressionado com a forma como a cobertura mediática distorceu o que realmente se passou. A imprensa e a televisão, em vez de relatarem objetivamente as posições defendidas e as atitudes dos participantes, projetaram as suas próprias narrativas e preconceitos sobre o evento. A manipulação informativa transforma indivíduos em vítimas ou vilões, moldando a percepção das massas de acordo com interesses pré-definidos...

Vivemos num tempo em que as notícias circulam tão rapidamente que não há espaço para o discernimento.

Com a chegada da pandemia da COVID-19, essa desinformação atingiu um novo patamar, levando ao que poderíamos chamar de "pandemice" ou "pandemitis". O fenómeno gerou um tipo de "síndrome de Estocolmo" coletivo, em que a população parece resignar-se às versões apresentadas pelos grandes meios de comunicação...

No cenário geopolítico, a reunião entre Trump e Zelensky revelou claramente estas disputas narrativas. Zelensky, frustrado por Trump já ter conversado com Putin, insistia para que os EUA reconhecessem a União Europeia como parceiro prioritário nas negociações sobre a guerra na Ucrânia. No entanto, Trump resistia a esse compromisso, consciente de que a UE e Zelensky pareciam mais inclinadas à guerra do que à diplomacia...

A NATO, por sua vez, pressionou Zelensky para que dialogasse com Trump, demonstrando certo descontentamento com a abordagem do presidente ucraniano...

Zelensky, que durante anos acreditou no apoio incondicional dos europeus e interessado em envolver a NATO no conflito, encontra-se agora numa posição fragilizada. A melhor saída para a Ucrânia e para a estabilidade europeia talvez esteja na realização de novas eleições...

Vivemos tempos confusos, em que a verdade parece menos relevante do que a narrativa que se pretende impor....

Uma coisa une Trump e os belicistas europeus: as riquezas da Ucrânia não para distribuir pelos pobres e pelas famílias dos que morreram na guerra, mas para serem distribuídas entre os oligarcas.

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9959

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