Oh, que sorte a nossa, servos do temor,
Malignos vários, num só coro a cantar:
O clima, o vírus, Putin, Trump, o horror,
Um espetáculo pronto a nos assombrar!
Governantes, maestros do medo astuto,
Trombetas do alarme, sinfonias de pavor,
Criam fantasmas, depois vendem o escudo,
E nós, bobos da corte, pagamos com fervor!
"Combateremos o mal que nós mesmos tecemos!"
Segredam em Bruxelas, ao contar nosso ouro roubado.
Ah, que engenho, que arte! Quase não percebemos
Que o medo é deles, mas o tributo é do nosso lado.
Amigos cidadãos, cá estamos, a dançar,
Nesta valsa de sustos, tão bem orquestrada.
Malignos ao serviço do poder, a rodar,
E nós, de cabeças vazias, a aplaudir a jogada!
Governantes artesãos do medo: criam monstros, vendem espadas e cobram-nos por ambos. O verdadeiro mal? Acreditar que precisamos deles para nos salvar.
António CD Justo
Em Pegadas do Tempo https://antonio-justo.eu/?p=9994
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