Engano e propaganda é uma tática eficaz
António
Justo
No
teatro das máscaras do mundo político quem pensa em justiça, parece não ver
bem.
A
encenação dos Média e da Política como preparação do povo para legitimar o
ataque feito, a noite passada, à Síria foram vergonhosas e humilhantes para
cidadãos adultos e para uma política acreditável.
Isto
é indigno de um continente que se quer apresentar como o cavaleiro dos valores
e do Direito. A “Europa dos Valores” agride hoje, sem provas do emprego de gás
pelo Regime de Assad, tal como fez em 2003 para
atacar o Iraque.
Os EUA com a França e o Reino Unido bombardearam vários alvos na Síria, com
base numa suspeita de o Regime de Assad ter usado contra os rebeldes, gás
venenoso no fim de semana passada. Ao atacarem um aliado da Rússia complica-se
a questão. Mas não matando soldados russos nem centros operacionais russos, o
problema passa, como é comum nestas questões a não o ser!
O presidente francês Macron disse que havia evidências do emprego de gás
venenoso, (por quem?) mas não as apresenta. Embaraçoso é o facto de horas
antes, especialistas da Organização das Nações Unidas para a Proibição de Armas
Químicas (OPAQ) terem pretendido visitar Duma (arrabalde de Damasco), no
sábado, para verificar se tinham sido usadas armas químicas.
Segundo a imprensa alemã, Merkel, que se tinha negado a participar numa
intervenção na Síria, defendeu a ação militar, classificando-a de
"necessária e apropriada", apesar de ter sido feita sem mandato da
ONU; os partidos AFD, Verdes e Esquerda criticaram-na como prematura e, além
disso, torna-se destruidora de provas.
Assim a discussão perde-se numa questão de opinião. O estratega Putin está
a sair-se bem desta tristeza.
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, eles conseguiram interceptar 71
dos 103 mísseis.
Os interesses inatos para uma paz sustentável na
Europa constarão em fomentar e manter boas relações com a Rússia! A longo
prazo, o destino europeu dependerá em grande parte da Rússia que é um país
"intercontinental".
Com esta intervenção militar, Trump desvia as atenções da sua pessoa na
América e prepara o caminho para melhores relações entre as nações aliadas.
Engano e propaganda é uma tática que sempre funciona. Os motivos para a
guerra do Iraque e da Líbia foram mentiras e agora para atacar a Síria
baseiam-se em suspeitas.
Se a guerra continuar, mais refugiados haverá a quererem entrar na Europa
e, muito do povo europeu, em vez de chamar os seus políticos à razão, encontra
o seu alibi na crítica aos refugiados.
A razão dos potentados não conhece limites!
António da
Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo,
http://antonio-justo.eu/?p=4750
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