“EMIGRAÇÃO PORTUGUESA” – O QUE POLÍTICA E IMPRENSA NÃO ABORDAM
António Justo
Segundo o Relatório
Estatístico 2016, em 2015 havia 2.306.321 emigrantes portugueses, dos
quais 1.433.482 na Europa, 775.050 na América e 97.789 no resto do mundo.
As Remessas entradas em
Portugal em 2015 foram 3.304 milhões de Euros e as saídas de Portugal 523
milhões de Euros.
Segundo o Observatório da
Emigração em 1970 havia
1.284.269 emigrantes portugueses; em 1980: 1.872.021; em 1990: 1.780.764, em
2010: 2.229.620, em 2013:2.028.597 e em 2015: 2.306.321.
Emigração
necessitada é a prova cabal da ineficiência de um regime
Em 2015 registou-se a
saída de mais 101.203 emigrantes, dos quais 40.377 permanentes e 60.826
temporários. Este é um fenómeno trágico num Estado vaidoso mas irresponsável para
com o seu povo, ao não criar no país as condições de vida para todos poderem
ganhar honradamente a sua vida. Constitui negligência e oportunismo político
não se agendar uma nova política económica e de parcerias , continuando a
viver-se da sangria da nação e das remessas dos emigrantes para equilibrarem o
orçamento do Estado. Macabramente, a negligência e a má consciência do Estado
em relação aos emigrantes leva a opinião pública a ignorar a sua contribuição
ou a menospreza-los.
Emigrantes por países
Na Alemanha, em
2015 havia 110.384 residentes nascidos em Portugal / 133.929 residentes com
nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 9.195 portugueses. Em 2015 adquiriram
a nacionalidade alemã 698 portugueses. Remessas enviadas para Portugal
255.470.000€ e recebidas de Portugal 4.640.000€.
Na Suíça
em 2015 havia 216.714 residentes nascidos em Portugal / 267.474 residentes com
nacionalidade portuguesa. Entraram 12.325 portugueses. Adquiriram a
nacionalidade suíça 3.537 portugueses. Remessas para Portugal: 738.128.000€ e
recebidas de Portugal 3.846.000€
No Reino Unido em
2015 havia 140.000 residentes nascidos em Portugal / 219.000 residentes com
nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 32.301 em 2015. No mesmo ano
adquiriram a nacionalidade inglesa 422 portugueses. Remessas enviadas para
Portugal 156.226.000€ e recebidas de Portugal 6.635.000€.
Na França em
2015 havia 606.897 residentes nascidos em Portugal / 519.500 residentes com
nacionalidade portuguesa (1.346.472 registados nos consulados). Tinham entrado
18.000 em 2012. Em 2015 adquiriram a nacionalidade francesa 3,109 portugueses.
Remessas enviadas para Portugal 1.033.120.000€ e recebidas de Portugal
19.030.000€
Nos EUA em 2015
havia 177.431 residentes nascidos em Portugal. Entrada de 857 portugueses.
Aquisição da nacionalidade americana 1.690 portugueses. Remessas enviadas para
Portugal 210.220.000€ e recebidas de Portugal 9.280.000€.
Na Espanha em
2015 havia 107.226 residentes nascidos em Portugal / 98.751 residentes com
nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 6.638 portugueses em 2015. Em 2015
adquiriram a nacionalidade espanhola 341 portugueses. Remessas enviadas para
Portugal 127.220.000€ e 13.370.000€ recebidas de Portugal.
Na Áustria em
2015 havia 2.615 residentes nascidos em Portugal / 3.213 residentes com
nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 663 em 2015. Em 2015 adquiriram a
nacionalidade austríaca 1 português. Remessas enviadas para Portugal 8.630.000€
e recebidas de Portugal 190.000€.
Na Bélgica em
2015 havia 34.455 residentes nascidos em Portugal / 42.794 residentes com nacionalidade
portuguesa. (Registos consulares 61.376 ). Em
2014 entraram na Bélgica 3.594 portugueses. 112 Portugueses adquiriram a
nacionalidade belga. Remessas enviadas para Portugal 66.600.000€ e recebidas de
Portugal 1.970.000€.
Na Suécia em 2015 havia 3.583 residentes nascidos em Portugal /
2.344 residentes com nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 330 em 2015. Em
2015 adquiriram a nacionalidade sueca 66 portugueses. Remessas enviadas para
Portugal 10.175.000€ € e recebidas de
Portugal 169 €.
Na Holanda em2015
havia 16.868 residentes nascidos em Portugal / 18.704 residentes com
nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 1.860 em 2015. Em 2015 adquiriram a
nacionalidade holandesa 59 portugueses. Remessas enviadas para Portugal
42.760.000€ e recebidas de Portugal 1.620.000€.
No Luxemburgo, em
2015 havia 92.100 residentes com
nacionalidade portuguesa e entraram no Luxemburgo 3.525 portugueses. Aquisição
da nacionalidade luxemburguesa por 1.168 portugueses. Remessas enviadas para
Portugal 86,937.000€ e recebidas de Portugal
1.449.000€.
No Canadá, em 2015 havia 238.369 registos consulares; em 2011
havia 140.310 residentes nascidos em Portugal / 23.765 residentes com
nacionalidade portuguesa. Em 2015 emigraram para o Canadá 822 portugueses.
Adquiriram a nacionalidade do Canadá 1.484 portugueses, em 2014. Remessas
enviadas para Portugal 32.490.000€ e recebidas de Portugal 2.180.000€.
No Brasil, em 2015 havia 670.760 portugueses registados tendo
em 2015 entrado 1.294 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 19.950.000€
e recebidas de Portugal 231.380.000€.
Em Angola, em
2015 havia 134.473 portugueses registados no consulado, tendo entrado 6.715.
Remessas enviadas para Portugal 213.120.000€ e recebidas de Portugal
19.540.000€.
Em Moçambique, em
2015 havia 29.360 registos consulares tendo entrado 4.000 portugueses. Remessas
enviadas para Portugal 7.560.000€ e recebidas de Portugal 10.015.000€.
Um Estado, que não se preocupa com a defesa e o
crescimento do seu povo e da sua cultura, abdicou de si mesmo, não merece
confiança ao contentar-se com uma política de dançarinos do poder no fim da
procissão da União Europeia. O regime do 25 de Abril, que antes criticava
Salazar pela emigração dos portugueses, motivada principalmente pela fuga à
pobreza e pela procura de melhor vida, deveria constatar que também o regime de
Abril não conseguiu resolver o problema fundamental que é alimentar e
enriquecer o país. Em contrapartida assiste-se em Portugal ao crescimento
dos novos-ricos e a uma crescente parte da população a ter de deixar o seu lar,
a sua família e a sua pátria na procura do que esta não lhe dá.
O regime de Abril, que canta a liberdade que
todos os países europeus têm, não tem, tal como outrora, a capacidade de fazer
de um país rico em recursos humanos um país rico na sua produtividade. Pelo
contrário continua a viver da ajuda ao seu desenvolvimento pelos emigrantes
através do envio das suas remessas. Já não basta aos emigrantes serem obrigados a procurar,
noutros países, a vida que o seu país não lhes proporciona e ainda ver as suas
remessas mal aplicadas.
A emigração aliada ao reduzido índice de
natalidade constituem um abalo demográfico. É humilhante para o cidadão
pô-lo em condições de ter de emigrar e com isto a criar um défice de população
que constituirá fraude às gerações que agora trabalham e amanhã não terão quem
lhes pague as reformas e é crime contra as gerações vindouras que amanhão terão
de pagar os défices do Estado.
Por outro lado, em Portugal vivem 388.731 estrangeiros.
Muitos dos imigrantes da europa que chegam a Portugal são atraídos pelo regime
fiscal e como tal já fora da idade de ter filhos, aquilo que Portugal mais
precisaria para impedir o envelhecimento drástico da população.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Espirito no Tempo http://antonio-justo.eu/?p=4163
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