A narrativa do 25 de Abril tem sido, intencionalmente, uma história não só mal contada, mas sobretudo adulterada e por isso também não tem havido interesse em tematizar os motivos que provocaram o 25 de novembro. É óbvio que uma tal discussão poderia levar o povo a pôr-se questões que comprometeriam muitos dos actores do poder e poderia conduzir ao descompromisso de muitos dos propagandistas partidários.
A sociedade portuguesa com o 25 de abril passou a ser controlada pela esquerda, vivendo no equívoco de que o pensar transmitido pelos órgãos de informação corresponde à normalidade do pensar e não a uma realidade manipulada transmitida...
Apesar de ter grandes intelectuais, a sociedade portuguesa não teve a oportunidade de assistir a um discurso controverso e equilibrado de valores de esquerda e de valores da direita conservadora...
Atualmente assiste-se a contrarreações políticas o que é muito natural e saudável numa sociedade que foi sistematicamente desinformada e na consequência deturpada...
O seguidismo que justamente se condena no regime de Salazar continua a ser o mesmo no novo regime político; só mudou de cor! É o vírus do “Maria vai com as outras” e que os poderosos da globalização, hoje mais que nunca, propagam sistematicamente de cima para baixo...
Torna-se fatídico o destino das populações ao serem induzidas e condicionadas a seguir o pensar ditado pelos sedutores do poder.
A política vive da tensão natural entre esquerda e direita (algo progressista e algo conservador) para a cristalização do bem de ambos os lados. Só uma tensão possibilitadora de uma relação benévola entre os dois polos pode dar resposta ao desafio da mudança, de maneira a servir convenientemente o bem-comum.
António da Cunha Duarte Justo
Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9586
Sem comentários:
Enviar um comentário