O Papa Francisco apela à Reforma das Nações Unidas
Sob a panorâmica da pandemia coronária e da guerra na Ucrânia, o Pontífice, numa passagem do seu novo livro com o título "Peço-vos em nome de Deus. Dez preces para um futuro de esperança", exige uma reforma das Nações Unidas...
A guerra na Ucrânia mostra, “de novo, mais que evidentemente” a necessidade “de caminhos mais eficientes para a resolução de conflitos", A ONU já “não corresponde às novas realidades” ...
Francisco defende "reformas orgânicas" destinadas a repor as organizações internacionais na sua "vocação original" de "servir a família humana".
O Papa escreve, "o mundo já não é o mesmo “e apela às "autoridades locais, nacionais e mundiais" porque "delas dependem as iniciativas apropriadas para travar a guerra. E a eles dirijo o meu pedido em nome de Deus para que ponham fim à produção e ao comércio internacional de armas" e para que qualquer arma nuclear seja desmantelada. A solução requer diálogo, negociação, escuta, habilidade diplomática e criatividade, bem como uma política clarividente "capaz de construir um sistema de coexistência que não se baseie no poder das armas ou na dissuasão"...
Devido aos extremos conflitos de interesses entre a Rússia, os EUA e a China tudo leva a crer que a reforma será sempre adiada como se poderá depreender do poder decisivo das cinco potências de veto do Conselho de Segurança...
Quando há conflitos entre estados a ONU tem uma capacidade negociadora muito reduzida dado ter de submeter-se aos interesses das cinco potências de veto não podendo evitar a guerra como foi também no caso da Síria e da Ucrânia...
De facto, é preciso fazer-se política para a realidade que criamos e não apenas para a que é do interesse de alguns.
Também as democracias correm o perigo de se transformarem num sistema justificador e legitimador dos interesses das elites tal como acontecia e acontece com outros sistemas políticos! Grosso modo, não é legítimo que as elites atualmente assumam de maneira camuflada o papel da nobreza de sociedades passadas e que tanto criticam.
António da Cunha Duarte Justo
Texto completo em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7890
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