Gregório Magno: «o homem tem semelhanças com todas as criaturas: o ser com as pedras, o viver com as árvores, o sentir com os animais, o entender com os anjos».
Hildegarda de Bingen: “O homem, olha para o homem! Porque o homem tem em si mesmo céus e terra e nele todas as coisas estão escondidas. A sua cabeça corresponde aos céus, os olhos às estrelas, o ouvido ao ar, os braços e o tacto aos lados do mundo, o coração à terra, o ventre às criaturas” (Hildegarda de Bingen, Liber divinorum operum, Visio I).
António Damásio: «(...) não só a mente tem de passar de um cogitum não físico para o domínio do tecido biológico, como deve também ser relacionada com todo o organismo que possui cérebro e corpo integrados e que se encontra plenamente interactivo com um meio ambiente físico e social», em “O erro de Descartes. Emoção, razão e cérebro humano”.
De facto, somos seres dotados de asas, mas com um corpo tão pesado que nos condiciona a movermo-nos em terra. Feitos de céu e terra, tendemos, pela força da transcendência, a superar a matéria de que somos confecionados e a viver com ela para não perdermos um olhar que nos proporciona maior horizonte!
Reduzir o ser do Homem à perspectiva materialista corresponderia a corta as asas ao humano e à sociedade; isso viria a justificar a missão entrópica de alguns cangalheiros da nossa civilização de "reminiscências" cristãs!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7124
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