Governo
Geringonça quer EMI de espaços culturais e de casas de pobres
Por António
Justo
O Governo de Costa, com os seus cotas do parlamento a ele encostados, tem
produzido sobretudo medidas de satisfação de clientela; entre elas: a oferta
das 35 horas semanais para os empregados do Estado, o ataque aos contratos do
Estado com as escolas privadas com o argumento de poupança, a hipoteca do Sol
dos portugueses com o argumento de que brilha mais para ricos e agora segue-se
a penhora de cultura social e religiosa para satisfazer a sua clientela
anticatólica.
Depois da clientela satisfeita abandonará a arena da governação, seguindo
o mote, “atrás de mim que venha o dilúvio”! Segundo informa o Jornal de Notícias “em Paço de Sousa, Penafiel, até as casas
mandadas construir pelo padre Américo, fundador da Casa do Gaiato,” são
solicitadas pelas Finanças a pagarem o imposto IMI.
Nas pegadas do movimento socialista radical aliado da maçonaria, que na
instituição da república se apoderou de grande parte dos bens da Igreja e dos
pontos nevrálgicos do Estado, os jacobinos camuflados pretendem desta vez o
levantamento do IMI em prédios sem fins lucrativos (adros de Igrejas, casas e
salas paroquiais, lares, creches e conventos), não respeitando acordos de
direito internacional assumidos (Concordata) nem tendo em conta que as
propriedades em mira são de utilidade pública.
Será que irão levantar IMI por instalações de
partidos, museus, fundações, edifícios do estado e outras instituições de
utilidade pública? Das ajudas custo, um subsídio para a segunda residência de
políticos não falam!
A Igreja assume um papel subsidiário do Estado no serviço que presta à
sociedade. Entidades que ajudam gratuitamente a população não devem ser
taxadas.
Em inúmeras instituições e iniciativas, a Igreja, de maneira
económica, presta serviços de qualidade que, de outro modo, teriam de ser
mantidas pelos impostos que o Estado iria buscar ao povo contribuinte.
Estudos da Universidade de Navarra provaram que se a igreja deixasse toda a
ação social e educacional, o Estado ficava a perder imenso!
Parece cada vez tornar-se regra geral aceite de
que quem serve directamente o povo e os pobres é desfavorecido. Uma ideologia
que não reconhece o património nem o valor do trabalho cultural e social do
Catolicismo e os considera como luxos e privilégios dispensáveis, sofre de
pobreza de espírito.
A Elite política portuguesa aproveita-se
do Descontentamento social
O polvo da ideologia jacobina republicana serve-se do Governo Geringonça
para, pela porta traseira, institucionalizar, no Ministério das Finanças,
práticas da ideologia marxista já conseguida em parte no Ministério da
Educação. O Governo sente-se à vontade, consciente de que ninguém lhes vai
pedir contas, nem argumentação! Sabe quem tem: um povo num Estado burilado à
sua imagem e e semelhança e uma oposição conservadora demasiadamente
comprometida no sistema para poder pensar em termos de filosofia conservadora e
afirmar-se como alternativa (mitigada) para a construção de um Estado tolerante
e dignificador de todos os seus cidadãos, independentemente de serem de
esquerda ou de direita, religiosos ou ateus. A fraqueza conceptual da
direita é a força da esquerda. Esta abusa de um Catolicismo, que, ao contrário
do Islão, se limita à formação espiritual dos fiéis não os motivando a
interferir na política.
A Esquerda nos países do Sul anda de braço dado com o radicalismo, pelo que
se aproveitará sempre do Estado e do amealhado pelos cidadãos; é contra a
inclusão das energias do país e considera o Estado como sua propriedade e o
privado como rival. Tornou-se nos novos-ricos (nomenclatura) que vivem da
inveja propagada contra os patrões e contra a propriedade privada já açamada
por demasiados impostos que em vez de reverterem em investimentos produtivos
para a população se destinam a manter um Estado pobre mas que brilha na gordura
dos seus barões que se fazem passear por corredores de ministérios e
parlamentos de Lisboa e da EU.
O capital da esquerda radical são os pobres, por
isso fomenta a pobreza económica e de pensamento: uma maneira esperta de
assegurar a sua sustentabilidade no sistema corporativista. Vive bem protegida e afirmada pelo ditado
popular: “Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”; como sabem
que se vive bem da censura, cortar-se-iam na própria carne se implementassem
soluções que impedissem as causas do ralhar. A má economia é o húmus das
cigarras do sistema!
Na sociedade portuguesa parece ser suficiente preocupar-se com
amplificadores da ralha. Por isso a nossa feira não se preocupa em elaborar
programas e estratégias para transformar a realidade, chega-lhe o teatro de
alguns fantoches, chega-lhe produzir altifalantes e fomentar alguns camaradas
que peguem neles; o nosso parlamento é especialista na produção de espectáculos
fantoche (para um povo também ele faz-de-conta) e dos tais altifalantes da
ideologia gritada, que se alimenta da pobreza popular e se justifica com a
crítica ao adversário.
O nosso republicanismo também ele azedo não produz
pão com crusta. Está
interessado na produção de povo-massa mal levedada (realizada na ralha) e num
Estado que produza fungos egomânicos, bolores e cogumelos, uma massa informe
por lhe faltarem fungos (levedura) sociais que a levedem bem.
Temos assim uma sociedade a jogar aos clubes e aos partidos e um governo a
agir de ânimo leve, sem contemplar a verdadeira razão de povo nem de Estado. Um
Estado assim encontra-se em estado demissionário do seu povo e é ilibado de
eleição em eleição pela massa que não é consciencializada acerca do princípio
da entropia inerente à nossa república e ao jogo de ideologias e oportunismos
das clientelas partidárias. Querem um povo nem morto nem vivo, uma sociedade
morna que vá dando para alguns se aquecerem sem se escaldarem.
O Governo de Costa aposta, também desta vez, numa discussão pública para
alimentar os beneficiados das bancadas e para entreter cidadãos distraídos;
conta com a ignorância cega e os meios de comunicação para provocar e assim manipular
e desviar a raiva popular, daquilo que está verdadeiramente em jogo; desvia a
conversa para lugares de espectáculo secundário, onde o arrazoar é substituído
pelo insulto ao adversário ou pela sua premissa equacionandora da sua
realidade: o teu erro é a minha certeza e a minha mentira é a tua verdade numa
sociedade concebida de trabalho para aquecer. Assim temos um Estado difícil de
manter mas fácil de governar, um país com elite mas sem povo.
Neste caso agem como se a religião não fizesse parte da sociedade e
esquecem que a democracia é como a árvore em que cada macaco se coloca no seu
galho não sendo legítimo que um ou outro gorila se apodere da árvore
toda.
Na Alemanha, uma sociedade menos rica em comunismo mas mais rica em cultura
cívica e económica, a Igreja é o maior empregador de pessoas nos serviços
sociais. Uma sociedade que pensa limpar-se à toalha de um socialismo de
fazer vénias à Galp, de andar à caça do pobre vendedor das bolas de Berlim nas
praias como se este fosse Pokémon, é cínica e não tem ética. Por isso se
tornou tão fácil apoderar-se dela por todos aqueles esquerdos e direitos com
assento no parlamento que no conluio da corrupção se unem para financiar o
grande capital e manter os seus gordos privilégios à custa do parlamento financiado
pelo magro povo.
Vamos
todos construir um povo não só massa mas também pão
Volto à imagem do povo que ralha sem pão, porque penso que o povo português
poderia tornar-se pão para todos onde não se ralhasse mas se discutisse no
sentido de se dar energia positiva aos fungos positivos da nação. As nossas
elites têm amassado a massa popular de modo a tirar-lhe as proteínas, impedindo
deste modo a transformação adequada da massa (ligações químicas) e assim
impossibilitam a formação da rede do glúten, aquilo que permitiria maior
elasticidade e coesão à massa povo. Porque não se tem uma elite “sal da
massa” tem-se uma massa sem côdea. Temos um país com um povo cozido mas
sem crosta que lhe dê sabor!
O leitor paciente e amigo terá
razão para dizer que também eu sou a voz do povo ralhador. A causa do meu
ralhar não é a fome da elite mas a fome do povo, aquela fome que ela não tem, a
fome de justiça, de solidariedade e de humanidade, porque se consideram
levedura que prescinde da massa e por isso temos um povo massa estragada pela
sua elite levedura que vivendo demasiado em função dela estraga a massa não a
deixando ganhar formato.
A esquerda radical não gosta das paróquias por
estas estarem mais próximas das populações; até inveja tem de o padre reunir
mais fiéis do que ela nos seus comícios. O republicanismo iluminista jacobino tornou-se no
caruncho do Estado. Os revolucionários ideológicos arrebanham quase tudo
para eles e mesmo assim vivem da inveja do que é nosso, numa intentona contra a
Igreja e contra Deus, esquecendo que, no sentido cristão, Deus é povo
(comunidade) e quem é contra Deus é contra o povo (independentemente da crença
ou descrença nEle). Precisamos de construir uma sociedade com lugar para todos
mas capaz de controlar os necessários vírus (fungos!) e que tenha lugar para
todos. Não aos monopolistas latifundiários da economia e não aos monopolistas
latifundiários da ideologia.
António da
Cunha Duarte Justo
SOB
A BURKA DO ESTRANHO NA DIFERENÇA
SOB A BURKA DO ESTRANHO NA DIFERENÇA
É proibido proibir
das costeletas grelhadas o odor
das burcas engradeadas o suor
É proibido proibir
as carnes ostentadas
das carnes tapadas
É proibido proibir
a presença da ausência
na ausência presente
É proibido proibir
a experiência do estranho
no estranho do existir
É proibido proibir
a diferença manifesta
no sentido do viver
É proibido proibir
a proibição de proibir
É proibido proibir
a permissão de permitir