A EUROPA RICA
RECRUTA IMIGRANTES QUALIFICADOS E EMPURRA REFUGIADOS DESQUALIFICADOS PARA OS
PAÍSES POBRES DO SUL
António Justo
A Comissão Europeia para a Migração pretende
que se faça a redistribuição de 20.000 refugiados que se encontram na Europa,
tencionando para Portugal uma chave de recolocação correspondente a 3,89% e
para a Alemanha e França 10%. Uma tal medida aumentaria a quota de
desemprego nos países do sul que se sentem já vítimas de uma economia da UE pró
nórdica. Portugal seguirá, como de costume, uma atitude de
“Maria-vai-com-as-outras”.
Portugal que exporta para a Alemanha, França,
Inglaterra, Suíça, etc. os seus emigrantes qualificados que não encontram
condições suficientes de vida em Portugal deve passar a receber dos países
islâmicos imigrantes sem qualificação.
Muitos cidadãos europeus têm dificuldade em
compreender que os seus países tenham de aceitar os refugiados de guerra
interna islâmica entre xiitas e sunitas e que países islâmicos como a Arábia
Saudita não aceitem refugiados vítimas da guerra religiosa ou da economia.
Na França, Alemanha, e noutros países
europeus aumenta no povo a resistência à aceitação de refugiados. Muitos alegam
que têm medo de receber os refugiados porque estes, na sua grande maioria são
muçulmanos e uma vez hospedados num país organizam-se em guetos e não se
integram; outro argumento que se ouve com frequência é a realidade de uma vez
reconhecidos servirem de ponte para novos imigrantes e o facto de entre os
refugiados se encontrarem terroristas do Estado Islâmico. Também se encontram
políticos na Alemanha que dizem que a Alemanha “não é a repartição de segurança
social da humanidade” e também pessoas pobres que reclama por cada vez verem
mais reduzidos os apoios sociais sem entenderem que o Estado empregue milhões
de euros no acolhimento de refugiados. Não notam a corresponsabilidade das
potências no fenómeno nem a irresponsabilidade da classe política em relação à
paz social na Europa.
Em 2014 a Suécia recebeu 8,4 refugiados por
cada mil habitantes, a Áustria 3,3 por mil, a Suíça 2,9, a Alemanha 2,5, a
Itália 1,1, a França 1, a Inglaterra 0,5, a Espanha 0,1.
A Inglaterra, a Polónia a Hungria, a
Eslováquia e a Chéquia revelam-se contra o intuito da Comissão Europeia de
introduzir quotas de refugiados a distribuir para todos os membros da UE. A
Alemanha faz força para que todos os países sejam obrigados a receber
refugiados. Os países economicamente fortes da europa não se querem ver
sozinhos com os problemas da imigração por razões de estabilidade social e por
razões económicas. A Alemanha, em 2014 recebeu 173.070 requerimentos de refugiados.
Por outro lado funcionários da economia
alegam que a Alemanha para cobrir a
quebra da natalidade da população precisaria de 400.000 imigrantes por ano.
A Alemanha prefere recrutar imigrantes qualificados porque não provocam custos
de integração e formação e além disso integram-se melhor e elevam o nível
social popular.
Quota não é
solução e seria injusta para com os países pequenos que não entram em guerra
nem fazem parte dos países desestabilizadores que lucram com exportação de
armas nem com a reconstrução dos países de intervenção. Os pontos quentes são
a Síria, o Iraque, a África do Norte, o Afeganistão e a Líbia. A Líbia
tornou-se num ponto de fuga dos refugiados para a Europa. Para acrescentar a
insegurança surgem organizações extremistas muçulmanas na Europa que, ao
afirmarem que com a emigração muçulmana e a sua fecundidade restabelecerão seus
antigos domínios na Europa, fomentam mais o medo e o preconceito de muitos
cidadãos europeus confrontados já com os problemas dos guetos.
A informação pública foca apenas o aspecto
emocional dos refugiados não contribuindo para uma discussão séria e objectiva
sobre o assunto.
A política da Comissão Europeia não está
interessada no diagnóstico e no tratamento das causas que provocam a emigração
em massa; parece apenas interessada em tratar as feridas mas não querer
solucionar o que provoca o flagelo hodierno das lutas entre xiitas e sunitas e
o fenómeno dos refugiados. A preocupação europeia deveria ser o fomento da
estabilidade e do bem-comum da população nos países de proveniência dos
refugiados (a preocupação pelo bem-comum universal). As medidas pretendidas de
destruição dos barcos dos contrabandistas não resulta porque a pobreza e as
rivalidades entre os grupos étnicos continuarão com o apoio directo ou
indirecto do Ocidente. Urge uma política de ajuda para a auto-ajuda das pessoas
nos seus países; para os que já se encontram no mundo livre devia dar-se-lhe
uma formação qualificada para poderem, mais tarde, fomentar as economias dos
países donde vêm.
Não é justo que as potências que participaram
para a instabilidade do Afeganistão, do Iraque, da Líbia, da Síria não assumam
a responsabilidade de terem provocado uma consequente perseguição aos cristãos
e a outras minorias étnicas na região e que agora países terceiros tenham de
acarretar com os problemas que imigração muçulmana acarreta consigo (Não se
trata só de fugitivos mas de pessoas). As administrações dos USA têm actuado
irresponsavelmente, conscientes de que quem mais sofre as consequências da sua
política fracassada é a Europa e que a Europa fraca e decadente - irmã menor
dos USA – se limita a uma política ritual irresponsável e carpideira sem
encarar a peste que vitima fugitivos no mar Mediterrâneo e infesta o clima
social europeu.
António da Cunha
Duarte Justo
www.antonio-justo.eu
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