quinta-feira, 30 de maio de 2024

FESTA DO CORPO DE DEUS E SUA SIMBOLOGIA

 

Um Rito Simbólico da União de Matéria e Espírito para Toda a Humanidade

 

A festa do Corpo e Sangue de Cristo celebra a instituição do sacramento da Eucaristia. Esta celebração tem suas raízes na tradição da Páscoa judaica, quando Jesus reuniu seus discípulos na véspera da sua morte na cruz e designou o pão e o vinho como sinais duradouros da presença divina na comunidade humana. A hóstia divina é símbolo da união de céu e terra.

A "Ceia do Senhor", instituída por Jesus (1 Cor 10:16-17) e continuada na celebração da Eucaristia, realiza de forma real e simbólica a interação divino-humana. Para os cristãos, essa interação cotidiana simboliza e testemunha uma humanidade que caminha para o desenvolvimento e realização do Cristo cósmico. Mesmo para os não crentes, a festa do Corpo de Cristo pode ser vista como uma metáfora do corpo de Cristo numa compreensão cósmica e mitológica, onde a paz escatológica pode ser experimentada antecipadamente. “Pois onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles” (Mt 18:20). "Mas vocês são o corpo de Cristo e seus membros" (1 Cor 12:27) .

No rito da consagração e da transubstanciação, manifesta-se de maneira visível e para todos o que outros ritos de iniciação operam de forma oculta e apenas para alguns. Assim, anuncia-se à humanidade que o dentro e o fora fazem parte da mesma realidade. “Seja o que você vê e receba o que você é!” (cf. Carta de Paulo aos Gálatas 6:15 e Lumen Gentium). O Filho de Deus e do Homem redimiu o ser humano e a própria criação, transformando a natureza humana numa nova criatura, uma criatura humano-divina a que todos estão chamados a ser de maneira consciente...

A presença de Deus também se manifesta na sociedade civil através das tradições das procissões grandiosas. Estas procissões tornam visível a realidade de toda a humanidade peregrinando: a Igreja, a humanidade e o mundo a caminho de Deus (1)...

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Continuação em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9300

O ESPÍRITO DE QUEM TUDO VEM

 O ESPÍRITO DE QUEM TUDO VEM

 

Em línguas, o espírito se vai revelar,

Às vezes masculino, outras, no polar,

Mas dele provém a essência do ser,

A fonte da vida, do eterno crescer.

 

Cai à terra, frutifica, gerando

Matéria e espírito, tudo fecundando.

Feminino e masculino, em divina união,

Dão vida à pessoa, em plena comunhão.

 

Como a semente que a flora propaga,

A ideia, na cultura, também se alaga.

Céu e terra, homem e mulher,

Unem-se na essência, na vida a nascer.

 

Três é, número sagrado, em nossa cultura,

Convida-nos à vida, em plena ternura.

Poetizar a prosa, sem pressão sentir,

Corpo e mente unidos, no eterno fluir.

 

Música e arte, em linguagem convergem,

A palavra que cria, à imaginação urge.

De sua sombra nascem, corpos e almas,

Mundos, civilizações, em suas palmas.

 

Assim como o sol, desperta a natura,

A menina da lenda, em beijo perdura.

Revela riquezas, em si escondidas,

Mostra o tesouro, em si bem-vindas.

 

Do nada, o amor, tudo vivifica,

Na palavra Virgem, a vida amplifica.

Céu e terra, no beijo, se atraem,

O amor, terceira realidade, vêm.

 

Mulheres são terra, divina morada,

Homens, anjos, em forma velada.

Na amorosa atração, tudo se entrelaça,

No espírito que dá à luz, a vida se abraça.

 

António da Cunha Duarte Justo

in Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9298

 http://poesiajusto.blogspot.com/

quarta-feira, 29 de maio de 2024

ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU

 Por Vaidade e em Nome de uma Solidariedade cega Portugal paga por uma Guerra que não é sua!

Em campanha buliçosa para as europeias, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou Portugal e o presidente Francês visitou por três dias a Alemanha; tenor comum das visitas foi o apelo ao fortalecimento da maquinaria de guerra e a quem a apoia.

Zelenky conseguiu de Lisboa mais 26 milhões de euros, a juntar aos 100 milhões de março.

Imagine-se que Portugal em tom de desagravo aos contribuintes portugueses disponibilizava esse dinheiro para o sistema de saúde português ou o pedia a Biden, o único que lucra com a guerra!!!

Sim, estamos a pagar uma guerra que não é nossa, uma guerra sem sentido e já perdida; pagámo-la directamente com dinheiro e outros apoios e indirectamente com o consequente encarecimento de vida.

A indústria militar alemã Rheinmetall está tão contente com a propaganda política de guerra que anunciou ir subvencionar o futebol para que também os que viviam na inocência se tornem cúmplices no apoio da guerra à custa do empobrecimento das populações europeias. A Rheinmetall anunciou ir investir milhões no negócio do futebol, o Borussia Dortmund é o primeiro a ser contemplado!  A indústria da guerra e grandes grupos económicos são os que estão por trás da política em via que indirectamente vem proporcionar o reestruturamento das grandes nações à custa do maior empobrecimento das economias marginais.

Causa fastio ver-se por toda a Europa toda uma propaganda manipuladora das populações; e o que é mais triste é ver-se ela vir de cima na defesa dos interesses de elites oligárquicas, sem que se note, porque o sistema internacional é coeso!

Os 126 milhões e outros que já foram servem para fomentar a vaidade da nossa elite política: uma maneira de pôr-se em bicos de pés para serem notados quando elites das potências abanam a cabeça pelo dessentido de gente pobre em relação a eles os estar a ajudar!

António da Cunha Duarte Justo,

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9293

 

 

segunda-feira, 27 de maio de 2024

MISTÉRIO DA REALIDADE FÍSICA E MISTÉRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE EM CONVERGÊNCIAO


A Realidade e a sua Fórmula de Complementaridade

Num mundo caracterizado por conflitos, mal-entendidos e divergências, a religião e a ciência poderiam dar um contributo inovador para a construção de uma cultura de paz. O abuso de uma interpretação unilateral da teoria de Charles Darwin ao ser propagado apenas o aspecto da sua teoria ligado à seleção natural nomeadamente a “sobrevivência do mais apto” (sobrevivência e reprodução dos indivíduos mais fortes) como principal factor da evolução, tem ajudado a cimentar-se uma cultura da violência.  A parte da teoria de Darwin que inclui também os aspectos de coesão e cooperação, como factores importantes na evolução, foi negligenciada embora estudos de arqueologia o tenham confirmado.

Apesar das diferenças frequentemente sublinhadas entre Religião e Ciência, existe uma convergência mais profunda nos seus objectivos e métodos que, se devidamente integrada, poderá levar a um mundo mais harmonioso e pacífico.  As duas disciplinas procuram abordar a realidade com a tarefa não só de a descobrir e explicar (Ciência), mas também de explicar e compreender o seu sentido (Teologia). Uma visão integral da realidade pressupõe a convergência de ciência e religião.

A Igreja Católica apresenta o mistério da Santíssima Trindade como um modelo profundamente enraizado na experiência humana e na compreensão da realidade. A Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – é vista como uma unidade na diversidade: três pessoas, mas um só Deus. Esta fórmula teológica pode servir de metáfora para a estrutura mais profunda da realidade que vê tudo como relações interligadas e complementares. A fórmula “1=3 e 3=1” expressa esta unidade dinâmica na diversidade em relação.

Também a física quântica revela princípios semelhantes de complementaridade e relacionamento no mundo físico. Se na trindade as três pessoas são expressões da mesma realidade divina e as interações entre si integram também o mundo físico (na segunda pessoa: interação de espírito e matéria), na física quântica, partículas e ondas são duas perspectivas da mesma realidade, e as interações entre as partículas são fundamentais para a compreensão de suas propriedades. Estas interações e relacionalidades (alteridade empática) são fundamentais, tal como na visão teológica da Trindade...

A física quântica revolucionou a nossa compreensão da realidade física, introduzindo conceitos que têm paralelos essenciais e relevantes com as ideias teológicas ao deixar espaço para uma base “espiritual” de tudo. Ambas as disciplinas salientam que a realidade não pode ser compreendida de forma simples e só linear; ambas destacam que a Realidade possui uma estrutura complexa, dinâmica e profundamente interligada. Na teologia o mundo das possibilidades quânticas é concretizado em Deus.

Enquanto a física clássica se fixava na massa e no concreto e no mensurável a física quântica alargou o seu âmbito natural para o mundo das possibilidades em que tudo se encontra interligado (numa troca de informação) visão esta que deixa espaço para a inter-relação da possibilidade matéria e da possibilidade espírito; esse espaço situa-se a nível da ciência quântica quando introduz na física o princípio da incerteza. Deste modo a física quântica assume o princípio da complementaridade e da relacionalidade como se encontra na relação trinitária...

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Artigo completo em Pegadas do Tempo  https://antonio-justo.eu/?p=9284

terça-feira, 21 de maio de 2024

AS ÁRVORES MORREM DE PÉ


Numa vasta floresta, erguia-se uma árvore majestosa e a sua copa estendia-se até ao céu, abrigando a vida que nela se aninhava e dela dependia. Era uma árvore especial, porque entendia a dança das estações e o ritmo da vida como nenhuma outra.

Certa vez, um vento furioso varreu a floresta, sacudindo de medo todas as árvores ao seu redor. Algumas tombaram por terra, outras partiram ao meio, porque não resistiram à fúria da tempestade. Mas a árvore majestosa permaneceu firme, cruzando os braços graciosamente diante dos ventos implacáveis.

Enquanto o vento bradava e as folhas dançavam no ar, os pássaros que viviam na copa chilreavam, confiando no gracioso ondular dos ramos e na estabilidade do tronco da árvore. Sabiam que, mesmo nos momentos mais difíceis, podiam encontrar abrigo e segurança sob os ramos generosos daquela árvore especial.

À medida que as estações avançavam, a árvore experimentava e testemunhava a alegria da primavera, a exuberância do verão, a melancolia do outono e a serenidade do inverno. A cada mudança, ela transformava a sua aparência e encontrava beleza e desígnio divino em cada fase de sua existência. Como filha da floresta reconhecia a vida da Mãe Natureza dançando dentro dela, tentando expressar-se e desenvolver-se.

Um dia, quando as folhas da árvore começavam a murchar e o frio do inverno se fazia sentir na pele da natureza, um caminhante em busca do sentido da sua própria vida estremeceu ao percorrer a floresta onde se tinha perdido. Através da observação, caiu em si mesmo e apercebeu-se de que a árvore se distinguia pela sua soberania e majestade solitária.  Surpreendido pela sua resiliência e beleza mesmo perante as adversidades, o caminheiro perguntou à árvore qual era o segredo da sua aura, carisma e longevidade.

Com um suspiro suave, a árvore respondeu: "Conservo-me fiel a mim mesma. À medida que mudam as estações, eu mudo também, sem me perder nelas. Mantenho-me sempre fiel à minha essência, encontro alegria na vida e aceito os desafios com gratidão. Escuto e sigo o eco da Vida que pulsa na floresta. Esta é a minha missão secreta, o meu compromisso com a natureza."

O caminheiro baixou o olhar e sorriu, reconhecendo a sabedoria da árvore. E enquanto caminhava, ainda à sombra da árvore, começou a refletir sobre o seu exemplo humilde e sublime. O caminhante grato pelo encontro com aquela árvore percebeu a mensagem: “Percorre o caminho da tua vida ao ritmo do teu coração”. Na verdade, quando nos pomos a caminho, entramos em contacto com o todo (o caminho divino), descemos da nuvem da mente e encontramo-nos nos prados vivos e férteis da vida. Vamos encontrar-nos no caminho da vida!  Como a árvore, devemos permanecer fiéis a nós mesmos e encontrar alegria e sentido na vida, mesmo nos momentos mais difíceis. De facto, dentro de nós reside a capacidade de nos conhecermos a nós mesmos e, ao mesmo tempo, de descobrirmos o desenvolvimento da natureza nas nossas vidas e, assim, a partir do nós, apreciarmos a partir de dentro a nossa própria adaptação à vida. Então tudo o que nos resta é a gratidão, por sentirmos nela uma realização verdadeira e valiosa.

E assim, a árvore continuou a erguer-se majestosamente, com suas raízes bem firmes na terra e seus braços estendidos para o Céu. Ela sabia muito bem que mesmo quando todas as folhas caem e chega o inverno, a vida continua, cheia de promessas e possibilidades, principalmente para quem permanece fiel a si mesmo e acredita no sentido e significado de um Sol que os puxa e ao mesmo tempo arrasta toda a natureza.

A partir daquele encontro, o caminhante passou a olhar a vida de frente, e só de olhar para ela, aliado à memória da floresta, ele encontra o seu sentido e experimenta nela felicidade e libertação no caminhar.

Assim é, caro leitor! A vida brinca connosco e nós aprendemos a dançar com ela e, com o tempo, a vida também começa a dançar dentro de nós.

Por isso, vivo no que faço e para o que faço, no sentido de honrar a vida e de caminhar com ela e ao mesmo tempo experimentar o sentido da vida vivida!

 

António da Cunha Duarte Justo

“Flashes de vida”

Poemas de António Justo, http://poesiajusto.blogspot.com/

Em honra de meu pai no 30.12.2016: Pegadas do Tempo https://antonio-justo.eu/?p=9247

ENTRE A ILUSÃO E A REALIDADE BRILHA A VERDADEIRA VIDA

 


Era uma vez uma mulher chamada Maria que passava grande parte da sua vida entre o adormecer e o acordar. Nos seus sonhos, Maria encontrava mundos emaranhados, mas detalhados, onde cada sensação e emoção era vívida e palpável. Quando acordava, os sonhos continuavam a envolvê-la, como se fossem uma extensão natural do seu estado desperto. Para Maria, o que vivia nos sonhos era tão real quanto o que experimentava acordada, criando uma confusão entre a fantasia e a realidade.

Maria tinha um parceiro, Emanuel, um homem amoroso e confiante, que acreditava profundamente na interconexão das relações e das experiências humanas. Ele desejava integrar Maria completamente na sua vida, compreendendo a complexidade da sua existência à imagem da fórmula da Trindade teológica. No entanto, a convivência com Maria suscitava-lhe dúvidas sobre a natureza da realidade. Emanuel começava a questionar se era possível existir uma mulher real, com sentimentos e pensamentos, mas sem um corpo tangível que ancorasse a sua existência.

Num certo dia, enquanto Maria despertava lentamente de um sonho particularmente intenso, Emanuel observava-a com ternura e curiosidade. Decidiu falar sobre as suas incertezas e a sensação crescente de que tudo à sua volta era uma ilusão.

— Maria, — disse ele, com a voz suave — às vezes sinto que a nossa realidade é feita de ilusões, de palavras e sentimentos que nos escapam como a luz numa vela. Será que o que vivemos é verdadeiramente real?

Maria, ainda envolta na névoa do sonho, olhou para Emanuel com olhos brilhantes, carregados de significados profundos.

— Emanuel, — respondeu ela — os sonhos e a realidade são faces da mesma moeda. Quando estou nos meus sonhos, tudo parece tão tangível e verdadeiro como este momento agora. Talvez a verdadeira ilusão seja tentar separar uma coisa da outra.

Emanuel ponderou as palavras de Maria, sentindo a profundidade do dilema. A realidade que partilhavam parecia um espaço intermediário, um entremeio onde os sentimentos e a linguagem criavam uma identidade flutuante, sem lugar nem tempo fixo.

— Mas, Maria, — continuou Emanuel — se vivemos num mundo irreal, onde está a verdade? E como podemos encontrar a nossa verdadeira identidade nesse caos de sensações?

Maria sorriu, tocando gentilmente a mão de Emanuel.

— A verdade, meu querido, talvez resida na experiência suprema do amor, onde perdemos a definição de nós mesmos e nos fundimos no outro. No êxtase do amor, transcendemos o ser, e é nessa ausência de definição que encontramos a essência da nossa existência.

Emanuel sentiu uma onda de compreensão, como se as palavras de Maria fossem um reflexo de sua mente a iluminar o dia. No entanto, a dúvida persistia, aninhada no fundo do seu coração.

Os dias passavam, e Emanuel observava Maria com uma mistura de fascínio e perplexidade. A sua presença era como a luz de um cometa no horizonte, uma existência efémera, mas intensa, deixando um rastro de luz na sua alma. A fricção entre a ilusão e a realidade tornava-se uma constante, uma batalha interna entre o desejo de encontrar uma verdade absoluta e a aceitação da natureza ilusória da vida.

Num desses momentos de introspecção, Emanuel compreendeu que a existência definida pelo conflito, pelo se afirmar contra os outros, era uma ilusão. A verdadeira luz, como o relâmpago que faz nascer o ser, realiza-se na fusão do Eu com o Tu, que, no acto de superação dos egos, faz surgir o trovão do orgasmo, verdadeiro milagre já fora do espaço e do tempo. Na união do Eu com o Tu, surge a nova realidade do Nós, o novo Ser que se exprime no grito de amor, o eco dos Dois, do qual emerge o Terceiro da Aliança. A partir desta dimensão, formamos então a comunidade que nos guia, cada um de nós percorrendo o seu próprio caminho guiado pelo Nós.

Maria e Emanuel continuaram a viver nessa dança entre sonhos e realidade, aprendendo a apreciar a beleza efémera da vida e a encontrar significado na interconexão dos seus sentimentos. Na tragédia e na alegria, no amor e na dúvida, experimentam que a vida é um grito de existência, um brilho passageiro que, mesmo na sua brevidade, tem a capacidade de iluminar a alma e dar origem a novas formas de ser.

E assim, na incerteza da realidade e na profundidade do amor, Maria e Emanuel encontraram a verdadeira essência do ser, um estado de constante transformação e descoberta, onde a ilusão e a realidade se fundiam numa dança eterna de luz e sombra.

António da Cunha Duarte Justo

 “Flashes de vida”

Em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9262

Também em poemas de António Justo http://poesiajusto.blogspot.com/

domingo, 19 de maio de 2024

FESTIVAL EUROVISÃO DA CANÇÃO 2024 - UM MAU EXEMPLO PARA O MUNDO

 

FESTIVAL EUROVISÃO DA CANÇÃO - MUITO FOGO DE ARTIFÍCIO – DOUTRINAÇÃO DA MENTE EUROPEIA E UM EXEMPLO DE DECADÊNCIA MORAL PARA O MUNDO

Um Tempo de Diversão para uns - um Frete para outros e uma Mistura tóxica de Género e Militância política

 

“Todos julgam segundo a aparência, ninguém segundo a essência... Agradar a muitos é mau”, constatava o filósofo e poeta Friedrich Schiller.

O Festival Eurovisão da Canção 2024 realizado na Suécia (11 de maio) sob o lema “Unidos pela arte”, teve 26 (25) países a competirem entre si (1), depois de 11 terem sido eliminados nas semifinais.

Acompanhado de muitas controvérsias e protestos (2) o espetáculo mostrou o trabalho artístico esforçado de muitos, criando uma tensão entre prazer e “valores” a serem implementados:  evidenciou-se uma mistura tóxica de expressão artística, género e militância política...

A política devora a arte ao nivelar a sua expressão e as pessoas. A União Europeia de Radiodifusão tornou-se fraca ao ceder aos interesses do marketing industrial e ao substituir a orientação cultural por um código de conduta ambíguo e contraditório...

Exemplo de ambiguidade e duplo decoro pôde observar-se na determinação de  se evitar a palavra "Merda" (Schitt) do texto da canção alemã (não sendo pronunciada) e, por outro lado, o evento apresentar exemplarmente sexo anal de expressão trivial e machista (Nada contra homossexuais nem contra a liberdade de exercício sexual individual, mas sim contra a instrumentalização do sexo e dos homossexuais para fins propagandistas e disciplinadores do povo)!

Já Séneca protestava admoestando que “aprendemos para a escola e não para a vida”. Como se observa do Festival e do pensar politicamente implementado, não estamos a ser orientados para a vida prática, mas sim para a ideologia que pretende criar uma sociedade com consciência diferente propagando para isso uma cultura nova desumanizada e contra a cultura de características populares. Sinal claro disso   observa-se também na disparidade da qualificação atribuída pelos votos da opinião de especialistas da indústria musical de cada país e o televoto (votação de telespectadores). Facto é que os pontos do Júri determinaram a classificação oficial.

Assim, enquanto o júri colocou Israel em 12º lugar, o televoto coloco-o em 2º lugar sendo o resultando das duas votações Israel em 5° lugar.

Da votação do júri (50%) e do televoto (50%) resultou a ordem oficial: 1º Suíça (Nemo ,"The Code"), 2º Croácia (Baby Lasagna,"Rim Tim Tagi Dim"), 3º Ucrânia (Alyona Alyona & Jerry Heil, "Teresa & Maria"), 4º França (Slimane ,"Mon amour"), 5º Israel (Eden Golan, "Hurricane" ), 10º Portugal (Iolanda,"Grito"), 12º Alemanha (Isaak ,"Always On The Run") e 25º Noruega (Gåte ,"Ulveham").

Segundo o televoto a qualificação seria: 1º Croácia, 2º Israel, 3º Ucrânia, 4º França e 5º Suíça...

Também aqui a cultura se quer afirmar contra a natura, onde a diversidade apesar de tudo também canta o belo!...

Abusou da música e, de uma maneira geral, perdeu a oportunidade de mostrar as características musicais-culturais dos povos europeus. Numa época em que o mundo se orienta pela mesma batuta ficaria bem à União europeia apresentar a sua variedade cultural que se expressa na sua rica diversidade musical sem que tenha de ser submetida a um ritmo uniforme para mostrar unidade europeia!

“Um grupo humano transforma-se em multidão manipulável quando se torna sensível ao carisma e não à competência, à imagem e não à ideia, à afirmação e não à prova, à repetição e não à argumentação, à sugestão e não ao raciocínio”, constata Jean F. Revel (filósofo francês crítico do marxismo e das esquerdas na intelectualidade francesa)

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e Notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9254

 

PENTECOSTES É O DIA DO ESPÍRITO SANTO

 

Pentecostes é a festa do Espírito Santo, que em termos hodiernos se poderia também dizer que é a festa em que se celebra a proclamação da democratização do espírito divino, o sopro da vida, que se encontra, mais ou menos encoberto, no âmago da pessoa...

Para os cristãos com o acontecimento do Pentecostes dá-se o nascimento oficial da igreja e o início da missão de evangelização.

Em termos generalizados e abrangentes simbólicos, poder-se-ia dizer que o Espírito Santo é uma força ou energia (presença) divina que actua no mundo e na pessoa de modo a inspirar, orientar e transformar a pessoa, capacitando-a a ir realizando o protótipo do Homem e da humanidade que é Jesus Cristo.

Na tradição cristã, o Espírito Santo ou Paráclito (guia e consolador) é uma das três partes da Trindade Cristã (divindade), ao lado de Deus Pai e do Filho, Jesus Cristo. O Espírito Santo é visto como a forma pela qual Deus está presente no mundo e entendido como a presença de Deus que atua no mundo e nas pessoas de forma invisível e sustentável. É vivenciado (na oração) como guia, base do livre arbítrio, que ajuda as pessoas a tomarem boas decisões e a terem paz (soberania individual)...

O espírito democrático já se encontrava na Igreja, pelo baptismo e na presença do espírito santo presente em todos, antes de aparecer na sociedade política e civil europeia. Só que os poderes das instituições, por vezes, tiram muito do poder aos membros para o poderem redistribuir à sua maneira...

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo em Pegadas do Tempo https://antonio-justo.eu/?p=9249

 

sexta-feira, 10 de maio de 2024

A OMS PRETENDE INSTALAR A CENSURA MUNDIAL NA SAÚDE PARA PROTEGER OLIGARQUIAS E ELITES GLOBAIS

 


Projeto de Tratado em detrimento dos Direitos humanos e das Liberdades fundamentais

 

Na próxima Assembleia Mundial da Saúde, em 27 de maio, será votado e ratificado o Tratado de Pandemia da ONU. O plano da Organização Mundial de Saúde (OMS) de preparação do mundo para futuras pandemias e crises de saúde pública; de uma maneira geral o tema está a ser calado e censurado pelos Media para deste modo ser mantido fora de qualquer debate político e qualquer análise democrática pública.

Porque pessoas críticas fizeram objeção ao projeto, alguns pontos que gritavam aos céus foram retocados, mas o objetivo de controlar e formatar a população mundial para preparar um fascismo global continua...

Os cidadãos em geral não devem saber que a OMS quer meter a mão nos bolsos do Estado (dívida soberana) e determinar o que os governos têm que aplicar, e também controlar a informação e a pessoa. O objetivo da recolha centralizada numa indústria de dados (o novo ouro) é criar um controlo permanente e uma identidade digital.

Transformada a pessoa numa identidade funcional (com o roubo e transformação da própria identidade) o que passa a valer e a determinar é a Máquina com maquinistas globais sem alma nem coração nem pátria (Oligarcas)...

No sentido da política da OMS o termo pandemia não se encontra definido podendo alterações climáticas, tabagismo, CO2, etc. serem declaradas como pandémicas e com isto possibilitar medidas dracónicas e antidemocráticas como as criadas durante o “reinado da pandemia covid-19” da OMS...

Torna-se irracional estar a elaborar-se um acordo em que os 200 países assinam um atestado de incompetência e de incapacidade ao atribuir competências soberanas a uma instituição (OMS) não democrática com poder de declarar o estado de emergência em estados democráticos...

Hoje políticos fazem erros graves e permanecem nos cargos e os perpetradores não dão andamento às investigações e o povo não nota que está a ser ameaçado. O que podemos fazer é aumentar a pressão...

Com a nova formulação do acordo, a OMS quer transformar a sua competência de fazer propostas não vinculativas para passar a assumir a competências vinculativos...

Governantes em geral estão tentados a ver em tal mudança mais que a transferência de competências soberanas em detrimento da nação, a transferência de responsabilidade política que os desobriga perante o povo eleitor...

Os tempos em que vivemos são de mudança radical (mudança axiológica). Cada pessoa tem que lutar por readquirir a dignidade humana e a democracia...

Deus é o fundamento da nossa ordem e em tempos de crescente impiedade e luta contra a dignidade humana é importante lembrar que o homem é falível e que existe um espiritual superior...

Tratado em conversação em nota (1); alguns dos elementos mais polêmicos do tratado foram agora adiados.

Beate Bahner, especialista em direito médico, escreveu o livro “OMS – tratado sobre pandemia: o ataque final à liberdade”. Dele apresento em nota a tradução da apresentação do livro na Amazon alemã (2). 

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9232

 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

A FESTA DA ASCENSÃO – NALGUNS PAÍSES TAMBÉM DIA DO PAI

O Dia da Ascensão é comemorado todos os anos durante a época da Páscoa, 39 dias depois da Páscoa e dez dias antes do Pentecostes.

A Festa da Ascensão (subida ao céu) aponta para a terra como nossa realidade e para o céu como o nosso anseio. Não se trata de uma subida a um lugar, mas do Reino de Deus pelo que também é interpretado como um símbolo de mudança e desenvolvimento espiritual da personalidade.

Para o crente expressa a experiência de Deus como a presença que tudo conecta; para o não crente, o feriado pode expressar um dia que ajuda a sair da rotina diária permitindo desfrutar da natureza e ver o mundo de uma nova forma.

Na Alemanha o Dia da Ascensão é também o dia do pai. Neste dia os homens faziam caminhadas juntos. 

Na tradição católica o dia do pai é celebrado a 19 de março, no dia de São José.

O Dia da Ascensão é a narrativa de uma caminhada e de um caminho para Deus.

António CD Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9226

domingo, 5 de maio de 2024

Ética e Moral em contexto de Globalismo e Interculturalismo

 

MORAL SECULAR E MORAL CRISTÃ EM DIÁLOGO

 

Moralidade é a resposta a nível de conduta a princípios, valores e regras de comportamento que orientam o ser humano para o bom viver em sociedade no sentido de alcançar a felicidade...

A ética (filosofia moral) serve-se das diferentes concepções de moralidade para buscar princípios universais que orientem o comportamento humano, no âmbito do certo e do errado e procura estabelecer padrões e princípios de comportamento do bom viver para todas as pessoas.

A moral é mais pessoal e culturalmente circunstanciada, estabelecendo o seu comportamento no âmbito do bem e do mal...

A moral secular situa-se fora das tradições religiosas embora integre delas muitos valores secularizados que em vez de assumirem uma relação com Deus buscam a fonte da sua orientação comportamental na razão, na ciência e na legislação estatal...

A moral cristã baseia os princípios éticos que orientam o comportamento humano em Deus, na tradição, na razão e no agir de Jesus Cristo. As normas morais cristãs, pelo facto de estarem sujeitas à consciência pessoal de cada um não contradizem o caracter universal da moral apesar do código formal que as envolve (no cristianismo a consciência individual é a soberana). Parte de um só Deus como elo comum de toda a humanidade e em que todo o humano tem a mesma dignidade inviolável baseada na filiação divina independentemente de crença ou descrença....

Enquanto a moral secular acentua o falar de valores, a moral cristã acentua a virtude (atitudes humanas), isto é, valores aplicados...

A ética (filosofia moral) serve-se das diferentes concepções a respeito da moralidade para buscar princípios universais que governem o comportamento humano, no âmbito do certo e do errado e procura estabelecer padrões e princípios de comportamento do bom viver para todas as pessoas...

A ética secular geralmente orienta a moralidade pelas consequências das acções praticadas tendo em vista o caracter utilitário delas. O padrão de orientação para a moral correcta verifica-se  nas consequências positivas para a maioria das pessoas....

A flexibilidade da moral cristã revela-se no respeito pela consciência individual considerada soberana e pela presença do Espírito Santo como forma de expressar a revelação de Deus a nível individual e no processo histórico...

As desvantagens visíveis na moral secular devem-se sobretudo à precaridade das suas fundamentações a nível de fontes e de autoridade e a não considerarem a pessoa integral pois deixam fora do seu âmbito questões espirituais e existenciais profundas ...

A flexibilidade da moral secular pressupõe como consequência o relativismo moral que conduz à atitude de cada cabeça sua sentença e ao possível descrédito de tudo o que é institucional possibilitando um estado cultural confuso e caótico que só viria a servir a institucionalização de um poder autoritário global anónimo preocupado apenas em seguir o espírito do tempo ou em determiná-lo. Por outra parte, em termos sociais, a moral cristã, na sua tendência    para se fixar sobretudo na tradição, revela uma certa inflexibilidade perante as mudanças sociais dando a impressão de chegar atrasada na história. A sociedade, porém, precisa de instituições alternativas estáveis não só viradas para o presente e deste modo temperem o encanto do novo e do provisório de modo a garantir mais responsabilidade humana e histórica no desenvolvimento humano...

Crenças, valores e contextos individuais e culturais entremeiam-se de maneira a pessoas integrarem elementos de ambos os sistemas no comportamento do seu dia a dia e na própria compreensão da sua moralidade.

A substituição da moral pelas leis tornar-se-ia incongruente porque o direito não tem por natureza algo imanente que o fundamente...

Limitar a consciência às necessidades primárias é deixá-la à mercê dos ventos sem saber para onde nos levam e facilitar a organização de poderes hegemónicos e formatadores de consciência de caracter oportuno e anónimo...

Como as pessoas imigradas traziam consigo a sua cultura religiosa específica como forma de identificação, surgem na sociedade europeia morais religiosas diferentes, lado a lado...

Assim surgem tentativas a nível religioso e não religioso de apresentar valores consensuais de referência com validade para uma sociedade querida multicultural e diversa...

Hans Küng criou a Fundação Ética Mundial (Global Ethic Foundation) que defende valores básicos comuns em todo o mundo, baseados em pontos análogos já existentes nas diferentes religiões...

(Atendendo ao caracter meramente funcional da pessoa no islão, ele é beneficiado pelo socialismo, no discurso público) ...

Um Estado de caracter globalista e secular orientado pela economia e pelo comércio está interessado em fomentar uma ética secular não baseada na crença em Deus nem na religião e substituir para isso a religião pela ciência e Deus pela razão e o humanismo por um utilitarismo mecanicista...

A razão procura fundamentar valores como dignidade humana, respeito, justiça, compaixão e empatia, baseando-se no direito abstrato de que todas as pessoas são iguais com iguais chances e direitos perante a lei (de notar que já aqui o direito/lei natural contradiz o direito positivo!)...

A ética cristã é de caracter relacional pessoal (centrada no antropológico) de conotação metafísica e a ética secular é de caracter funcional individual abstrato (centrada no sociológico) de conotação materialista (sendo o valor da pessoa concebido em função do colectivo) ...

Nesta perspectiva apologética, tanto a espiritualidade cristã como o idealismo secular fundamentar-se-iam igualmente no medo: no medo do castigo no além ou no medo de castigo no aquém. Os princípios éticos não podem ser reduzidos nem à religião nem à ideologia política, podendo-se, contudo, expressar em diferentes morais e costumes!...

Na moral cristã o soberano é o indivíduo e na moral secular o soberano é o colectivo...

A ideia da moral secular de que atitudes éticas constituem elas mesmas a própria recompensa não tem em conta a natureza humana e carece de sentido que vá além das necessidades individuais e sociais (e como tais limitadas a um tipo de sistema ou regime político-social controlador). O ser humano passa a ser o fim de e em si mesmo, o que contradiz o desenvolvimento aberto da natureza, pois em toda ela se constata que há um sentido e este se processa de baixo para cima...

Os arquitetos de uma nova sociedade tentam criar uma supraestrutura comum, mas confrontam-se com uma sociedade multicultural com fronteiras culturais e religiosas e com diferentes medidas do que é certo e do que é errado (veja-se cristianismo, islão e materialismo) ...

A pessoa é mais que a sua convicção ou mundivisão e por isso não pode ser avaliada pela sua simples convicção nem pela sua função social...

A ideia da globalização e da moral secular não pode passar por cima dos diferentes biótopos culturais nas suas diferentes maneiras de ser, estar, pensar, sentir e agir (a liberdade que pretende para a pessoa deve possibilitá-la aos biótopos culturais)!...

O fomento da autonomia e da livre vontade, que a moral secular (contraditoriamente) quer ver como propriedade sua, esquece que a pessoa mesmo “autónoma” se define também pelo outro (um tu) e se encontra integrada num meio social e cultural...

Pouco a pouco o Estado foi assumindo ao longo da História o caracter humanitário do cristianismo...

Dignidade humana, autonomia e comunidade são factores complementares que não se podem colocar uns contra os outros, tal como não se deve afirmar o Estado à custa da religião nem a religião à custa do Estado; a realidade social em que nos encontramos obriga uns e outros a atuarem numa atitude de subsidiariedade e de complementaridade sem se combaterem para assi se iniciar uma cultura de paz...

O razoável mais natural é afirmar a diversidade dos biótopos culturais que na sua realização contribuem para um melhor espelho da felicidade da sociedade e do globo (na natureza e sua paisagem temos um sobreiral ao lado de um pinhal e de um eucaliptal sem que um espaço tenha de negar o outro nem de excluir outros!) ...

Querer fazer derivar o respeito e o reconhecimento da dignidade humana da justiça social seria cair num círculo vicioso dado a justiça partir da dignidade e do respeito...

A substituição da divindade pela ciência, como pretende a moral secular, também não é consistente dado a própria ciência estar sujeita a mudanças e à confirmação de hipóteses. A moral profana pressupõe o Estado e este revela-se de caracter frágil no decorrer do tempo. Os laços de solidariedade e de justiça social são insuficientes para vincular uma consciência, deixando-a presa ao direito positivo variável, e como tal manca no que respeita à motivação e ao compromisso com a justiça e a solidariedade...

A autoridade moral não pode ser preceituada e pretender baseá-la em estatísticas seria algo aleatório...

Observa-se que uma sociedade ao tornar-se multicultural, para se justificar e autoafirmar inclui nela a luta contra a tradição da maioria e contra a tradição servindo-se para isso de um liberalismo maléfico que conduz ao individualismo deserdado.... uma vez perdida a herança cultural perde-se também a sociedade/povo que, na consequência, passaria a ter uma expressão meramente individualizada, caótica e autoritária...

No experimento de um mundo a tornar-se multipolar, tanto as morais religiosas como as morais seculares terão de empreender uma relação de convívio harmonioso na consciência de que são membros ou especificidades dinâmicas de um só corpo...

Nesse sentido seria de se integrar a nível individual e social o Princípio Jesuíno: a Deus o que é de Deus e ao Estado o que é do Estado salvaguardando a soberania da consciência de cada pessoa sem que esta pretenda exercer a soberania sobre o outro. Pressupõe-se, para isso, o reconhecimento recíproco na base do diálogo e do compromisso, na certeza, porém de que a resposta dada pelo cristianismo como modelo abrangente para toda a humanidade tem um caracter de matriz a não perder...

É por isso que a civilização ocidental, sem renunciar ao que foi alcançado, deve reconhecer o pai e a mãe da sua cultura: o judaico-cristão como mãe e o greco-romano como pai.

 

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9220